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Política
07/12/2018 10:00:00

Previdência fatiada pode começar a ser votada no início de 2019, diz Bolsonaro


Previdência fatiada pode começar a ser votada no início de 2019, diz Bolsonaro
Ministro Dias Toffoli

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse nesta quarta-feira (5) que a reforma da previdência fatiada, dividida em vários projetos, pode começar a ser votada já nos primeiros meses de 2019.

Ainda pela manhã, Jair Bolsonaro recebeu uma medalha no Quartel General do Exército: a do pacificador com palma, por um feito há 40 anos, quando era militar. Ele arriscou a vida para salvar o colega Celso Moraes, que estava se afogando. Bolsonaro almoçou com o Alto Comando e, na saída, falou com os jornalistas.

Bolsonaro voltou a dizer que pretende apresentar uma proposta fatiada da reforma da previdência, começando com a discussão da idade mínima para aposentadoria. Ele defende o aumento de dois anos para homens e mulheres. O presidente eleito, entretanto, não explicou de qual idade partiria esse aumento.

A proposta do governo Temer que está parada no Congresso propõe 62 anos para mulheres e 65 para homens, após um período de transição.

“Não adianta apresentarmos uma boa proposta, um bom projeto, e ele acabar ficando na Câmara ou no Senado. Será o pior dos quadros possíveis. Então, o grande problema nosso, acredito que o que mais interessa num primeiro momento é a idade mínima. Essa é a ideia, pode mudar até lá. Isso não quer dizer que houve recuo, é sinal que houve mais negociação, mas a ideia é começarmos pela idade e depois apresentarmos outras propostas”.

Outros pontos da reforma como por exemplo tempo de contribuição e as mudanças para igualar o sistema de aposentadoria dos servidores públicos aos do setor privado seriam encaminhados em projetos separados. Desse jeito, Bolsonaro disse que o Congresso pode começar a votar logo no primeiro semestre.

“O mais rápido possível. No primeiro mês é impossível, nos primeiros seis meses, com toda a certeza, o Congresso começará a votar essas propostas”.

O cientista político Creomar de Souza diz que o fatiamento da reforma da previdência tem efeito no primeiro momento, mas não resolve o problema.

“Do ponto de vista positivo, uma reforma fatiada envolve menos resistência dentro do Congresso. Provavelmente, se esse for o caminho a ser tomado pelo presidente Bolsonaro, o governo vai escolher levar um projeto que não toque em pontos polêmicos. De outro lado, como desvantagem de um projeto fatiado, é o fato de que não resolve todo os problemas, a própria expressão já dá ideia de que ele ataca algumas questões, mas não resolve a figura como um todo”, disse o professor de ciência política da UCB

O Ministério da Fazenda reforça que a reforma da previdência é fundamental para o reequilíbrio das contas públicas e também para reduzir a desigualdade social no Brasil.

Um relatório da assessoria especial do ministério divulgado nesta quarta mostra que 41% dos benefícios pagos pela previdência beneficiam os 20% mais ricos da sociedade, enquanto apenas 3% dos recursos vão para os mais pobres.

De olho na pauta que vai precisar aprovar no Congresso, Bolsonaro continuou as conversas com os partidos. Primeiro conversou com o PR, que confirmou que o partido vai integrar a base do governo, mas não garantiu votos.

“Estamos na base oficialmente. Nós vamos discutir dentro da bancada e cada deputado terá independência para votar como achar melhor”, disse o deputado José Rocha (PR-BA)

Os tucanos também foram ao encontro Bolsonaro. Entraram e saíram dizendo que sabem da necessidade de apoiar o governo naquilo que estiver de acordo com o programa do partido.

“O governo Bolsonaro vai ter apoio para tudo aquilo que também é a agenda tucana, todas as reformas, a agenda que nos une, reforma previdenciária, tributária, pacto federativo, redução da máquina pública”, afirmou Nilson Leitão (PSDB-MT).

O presidente eleito também foi questionado sobre a apuração preliminar que a Procuradoria-Geral da República fará sobre menções de delatores da Lava Jato ao seu futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

“Em havendo qualquer comprovação ou uma denúncia robusta contra quem quer que seja do meu governo que esteja ao alcance da minha caneta Bic, ela será usada”.

O futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que concorda integralmente com a posição do presidente eleito sobre o afastamento de integrantes da equipe que forem alvo de denúncia robusta e que o futuro governo não foi eleito para fazer o que sempre foi feito.

G1



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