Gazeta de Alagoas
A droga toma o corpo e domina a mente. Desfaz famílias, maltrata e até mata. O dependente fica fora de si. A procura por tratamento é, na maioria das vezes, o grito por socorro de quem já está no fundo do poço.
É nessa situação que os técnicos da Secretaria de Estado da Prevenção à Violência (Seprev) acolhem os dependentes que voluntariamente pedem ajuda. O número de pessoas nessas condições aumentou 49% nos primeiros dez meses deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Até o fim do mês de outubro, foram 5.051 dependentes químicos que procuraram ajuda espontaneamente no Estado. De janeiro a outubro do ano passado, foram 3.389. Estima-se que o contingente de dependentes seja muito maior, tendo em vista que muitos não pedem socorro. Sucumbem à droga, e ela, a droga, circula entre todas as classes sociais.
Engana-se quem pensa que esse é um problema periférico. O número de jovens de classe média alta acolhidos tem crescido. Especialistas alertam para festas regadas a álcool e drogas. Dos 5.051 dependentes acolhidos este ano, 20,7% eram viciados em cocaína, uma droga cara.
Maior número de consumidores, maior o número da oferta. De acordo com dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), em todo o ano de 2017 foram apreendidos 29,01 kg de cocaína, e em 2018 até o momento já são 1.145 kg.
O perfil do dependente químico acolhidos é variado. Atualmente são 494 adolescentes e 4.557 adultos, espalhados pelas 36 clínicas credenciadas pelo Estado. São 342 mulheres e 4.709 homens.