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Educação
25/11/2018 08:05:00

O que pensa o futuro ministro da Educação sobre Enem e outros 7 temas


O que pensa o futuro ministro da Educação sobre Enem e outros 7 temas
Futuro Ministro e seus pensamentos

Anunciado nesta quinta-feira como futuro ministro da Educação do governo Bolsonaro, o professor colombiano Ricardo Vélez Rodríguez se intitula um defensor da liberdade e do pensamento crítico.

Segundo carta divulgada nesta sexta-feira (23), após aceitar o convite do presidente eleito, ele diz que fará uma gestão de “manutenção de valores tradicionais e preservação da família” à frente da pasta.

Desde 2009, o professor mantém um blog intitulado “Rocinante”, onde expressa suas ideias em relação a inúmeros temas. Para Rodríguez, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é “instrumento de ideologização”, o Golpe Militar de 1964 “é uma data para lembrar e comemorar”. Ele simpatiza com o regime monárquico e é crítico do Partido dos Trabalhadores, além de ser contra a educação de gênero nas escolas e defensor do Escola sem Partido.

Aos 75 anos, o colombiano naturalizado brasileiro contou com a indicação do escritor Olavo de Carvalho para assumir o cargo. É formado em filosofia pela Universidade Pontifícia Javeriana e em teologia pelo Seminário Conciliar de Bogotá. Atualmente, atua como professor de Ciência da Religião na Universidade Federal de Juiz de Fora (MG).

Veja o que Ricardo Vélez Rodríguez escreveu em seu blog sobre oito temas:

Enem, publicado em 6 de outubro de 2016

“A propósito, são do sociólogo José Francisco Soares as seguintes palavras publicadas no seu artigo “Ranking ENEM” divulgado pelo professor Schwartzman no seu blog (de 5 de Outubro): “A sociedade recebe meias verdades. A dura verdade é que os projetos pedagógicos das escolas bem classificadas no ENEM são projetos excludentes socialmente, comuns em um Brasil que aceita, sem crítica, dar tudo para poucos e nada para muitos”.

A tendência à adoção de um modelo único em matéria de educação, sejamos justos, não foi invenção petista. É tendência velha, que se insere na nossa antiga tradição patrimonialista, que pretendeu, sempre, formatar o país em função da burocracia dos donos do poder”.

PT, Lula e Haddad, publicado em 26 de outubro de 2018

“A quem interessa a eleição do candidato do PT, Fernando Haddad? Não há dúvida de que tal candidatura representa os interesses daquilo que foi a pior herança dos últimos tempos, o ciclo lulo-petista, que desmontou as instituições republicanas e nos colocou nesta via sem saída da recessão, da corrupção generalizada e da violência que pipoca pelos quatro cantos do país, fazendo miles de vítimas fatais do crime organizado e da desmoralização das instituições.

O que os brasileiros de bem querem é que haja uma reversão imediata desse quadro fatídico, a fim de poderem viver em paz, no seio das suas famílias, sem ofensas continuadas aos valores mais prezados do povo brasileiro: respeito pela família, pela religião, pelas tradições que sedimentaram os valores mais caros à nossa História, que o PT e colaboradores jogaram pelo chão com a prática sistemática da corrupção e da aliança com o crime organizado”.

Programas sociais, publicado em 14 de setembro de 2015

“O sistema político brasileiro tem falhado, ao levar ao extremo uma lógica de competição de curto prazo baseada na ampla distribuição de vantagens grandes e pequenas para ricos e pobres, de forma legal ou ilegal. É uma lógica eleitoral que funciona bem em épocas de recursos abundantes, mas não tem como se manter em períodos de escassez, ou quando os recursos públicos se esgotam.

Uma outra característica de nossa democracia tem sido a tendência a simplificar de forma extrema as políticas públicas, quase sempre colocadas em termos de ações simplistas e de grande efeito, mas de qualidade ou impacto desconhecido ou mesmo desastroso (incluindo, entre tantos outros, o falecido Trem Bala, o Ciência Sem Fronteiras, os campeões do BNDES, a euforia do Pré-Sal, o Mais Médicos, o Minha Casa Minha Vida, o FIES, o PRONATEC, e tantos outros).”

Escola sem Partido, publicado em 5 de setembro de 2017

“Escola sem partido. Esta é uma providência fundamental. O mundo de hoje está submetido, todos sabemos, à tentação totalitária, decorrente de o Estado ocupar todos os espaços, o que tornaria praticamente impossível o exercício da liberdade por parte dos indivíduos. É o velho princípio escolástico da ‘subsidiariedade’, que devemos defender hoje. Ao Estado compete prover aquilo que não pode ser garantido, no convívio social, pelos corpos intermediários.”

Futuro do MEC, publicado em 7 de novembro de 2018

“Enxergo, para o MEC, uma tarefa essencial: recolocar o sistema de ensino básico e fundamental a serviço das pessoas e não como opção burocrática sobranceira aos interesses dos cidadãos, para perpetuar uma casta que se enquistou no poder e que pretendia fazer, das Instituições Republicanas, instrumentos para a sua hegemonia política. Ora, essa tarefa de refundação passa por um passo muito simples: enquadrar o MEC no contexto da valorização da educação para a vida e a cidadania a partir dos municípios, que é onde os cidadãos realmente vivem.

Acontece que a proliferação de leis e regulamentos sufocou, nas últimas décadas, a vida cidadã, tornando os brasileiros reféns de um sistema de ensino alheio às suas vidas e afinado com a tentativa de impor, à sociedade, uma doutrinação de índole cientificista e enquistada na ideologia marxista, travestida de “revolução cultural gramsciana”, com toda a coorte de invenções deletérias em matéria pedagógica como a educação de gênero, a dialética do “nós contra eles” e uma reescrita da história em função dos interesses dos denominados “intelectuais orgânicos”, destinada a desmontar os valores tradicionais da nossa sociedade, no que tange à preservação da vida, da família, da religião, da cidadania, em soma, do patriotismo.”

Esquerda, publicado em 16 de agosto de 2018

“A verdade nua e crua é que a esquerda brasileira está mortinha da silva. Como alternativa só nos resta a opção liberal-conservadora de defesa do indivíduo, de luta pela liberdade e a livre iniciativa, de preservação corajosa das nossas tradições cristãs. O conservadorismo liberal é a solução. Na atual campanha, com certeza, essa alternativa não é defendida nem por Alckmin, nem por Boulos, nem pela Marina, nem pelo Ciro, nem muitíssimo menos pelo Haddad (que já vestiu a fantasia de poste da vez do Lularápio).  Sejam honestos, senhores intelectuais ditos “progressistas”. Não tergiversem a história. A esquerda mergulhou fundo junto com a roubalheira petista.”

Golpe Militar de 1964, publicado em 01 de abril de 2017

“Amigos, esta é uma data para lembrar e comemorar. A esquerda pretende negá-la. Mas não pode. Porque ela foi incorporada à nossa memória como Nação. 64, aliás, não foi fruto exógeno aos brasileiros. As Forças Armadas foram chamadas pela sociedade civil, a fim de que corrigissem o rumo enviesado pelo que o populismo janguista tinha feito enveredar a nau do Estado. Um populismo irresponsável que ameaçou com esgarçar o tecido social, nos conduzindo perigosamente para o confronto civil. Era tudo o que os comunas queriam a fim de fazer o que sempre fizeram: pescar em águas turvas.

64 foi uma Revolução, dessas institucionais que vingaram na tradição luso-brasileira. Como a vinda da Corte portuguesa para o Brasil, em 1808. Como o grito do “fico” de 1822, pronunciado pelo Príncipe Regente. Como o movimento revolucionário institucional que desaguou na política do Regresso em 1840 que pôs fim aos conflitos civis que pipocavam aqui e acolá, ameaçando a unidade do território brasileiro.”

Liberalismo-conservador, publicado em 24 de agosto de 2017

“Que o chamado “pensamento da direita” está em ascensão não há dúvida. Esclareçamos: por “pensamento da direita” entenda-se, primordialmente, aquele que se afina com as ideias políticas liberal-conservadoras, que se centram nos seguintes pontos: 1 – defesa incondicional da liberdade individual nos terrenos cultural, político e econômico; 2 – respeito às tradições vigentes, levando em consideração que só podem vingar aquelas mudanças sociais que as preservarem.

A propaganda marxista encarregou-se, no Brasil, de confundir as coisas. Tudo aquilo que não se afinasse com o cientificismo comuna foi jogado pelos militantes-propagandistas da esquerda vociferante no saco sem fundo da “direita”. Ora, o “pensamento da direita” tem muitas nuances, sendo a principal delas a correspondente ao velho Liberal-conservadorismo.”

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