O foco deveria ser a eleição da Nova Mesa- Diretora da Assembléia Legislativa Estadual (ALE), mas quem chamou à atenção de verdade foi o deputado estadual afastado Cícero Ferro (PMN).
Sem pedir licença, conforme manda o Regimento do Legislativo, Ferro ocupou a tribuna do parlamento por quase meia hora, onde pôde desferir todo o seu veneno, numa espécie de desabafo público.
Ferro falou do seu descontentamento em estar fora do parlamento alagoano, sob o que ele classificou de uma desmoralização e ingerência do judiciário sobre a ALE e fundamentalmente sobre a Constituição Federal.
“A Constituição do Brasil não é diferente aqui em Alagoas se o Ministro do Supremo (Gilmar Mendes) determinou o meu regresso, que se cumpra, mas isso não está sendo feito”, argumentou ferro sobre o parecer dado pelo STF sobre o retorno dos parlamentares “taturanas”.
Como se explica que 15 deputados foram ouvidos e indiciados pela Polícia Federal e somente 8 foram afastados, argumentou Ferro.
ELEIÇÃO DE TOLEDO
O deputado afastado, num tom de ironia e desdém, com os deputados oposicionistas, fez rasgados elogios ao agora presidente oficial da ALE, Fernando Toledo (PSDB).
“Gostaria muito de estar apto a votar no senhor, mas nesse caso não há necessidade de que eu me dê a esse trabalho, pois vossa excelência será eleita do mesmo jeito”, afirmou.
CHACOTA A CASTELO
Já num tom ainda mais desprezível, Cícero Ferro, para citar a sua “estrondosa” votação no pleito de 2006, onde foi eleito para seu quinto mandato consecutivo, fez pouco da presença no Legislativo de Hildon Fidélis, o Castelo (PTB), e seus quase 300 votos.
“Eu fui eleito para essa casa pela quinta vez consecutiva com quase 30 mil votos, o que não é o caso de deputado Castelo, que está aqui com quase 300. não que o senhor não tenha o direito, mas acho que o Judiciário deveria tratar as coisas como se deve, do modo correto”.
EM DEFESA DO CORRELIGIONÁRIO
Indignado com a galhofa de Cícero Ferro, em relação ao deputado Castelo, Judson Cabral (PT) pediu a palavra e desbafou na tribuna.
“A dignidade de um homem não se mede pela quantidade de votos dele, mas sim pela honra que o mesmo dispõe no exercício de suas funções”. desabafou Cabral.
com melhornoticia // renato buarque e edenilda cordeiro