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Especial
16/11/2018 12:00:00

As controvérsias e dúvidas sobre a verdadeira história de Zumbi dos Palmares


As controvérsias e dúvidas sobre a verdadeira história de Zumbi dos Palmares
Praça Ganga Zumba na praia de Cruz das Almas em Maceió

Milhares de pessoas que fazem da figura de Zumbi dos Palmares um mito por desconhecimento, difundem de modo errôneo parte de sua história a começar pelo local onde Zumbi nasceu que foi Porto Calvo onde seus pais chegaram da África trazidos por um navio negreiro. Dizem que eles seriam uma família real capturada e feita escrava, porém a história diz pouco sobre o fato. Quando seus pais foram vendidos em leilão e como era Zumbi era uma criança foi entregue ao padre da paroquia onde aprendeu a ler, a auxiliar as celebrações católicas além de falar latim fluentemente.

É errôneo se afirmar que União dos Palmares é terra ‘Zumbi dos Palmares’ como se a naturalidade dele fosse União dos Palmares. Zumbi viveu por temporadas em União dos Palmares, porém sua presença era mais constante em Porto Calvo, Atalaia, em Palmares-Pernambuco e oiutros municipios da região. Onde tivesse um Quilombo sob seu domínio, ele estava lá e quem se insurgisse contra seu domínio era tornado seu escravo mesmo sendo de nacionalidade africanana.

Comandava pessoalmente saques contra o patrimonio dos fazendeiros europeus nos estados de Alagoas, Pernambuco, Bahia e até Sergipe onde conseguia ouro, prata e fazia das mulheres e das filhas dos fazendeiros escravas para o seu harém. Seria fascinado por mulheres europeias brancas a loiras. Nenhuma testemunha sobrevivia a seus ataques.

Serra da Barriga foi escolhida como sede do Quilombo dos Palmares por ser afastada do mar, portanto das tropas portuguesas e de difícil acesso além de fornecer privilegiada visão de toda região. Lá se arregimentou mais de 30 mil pessoas, todas vítimas da escravidão africana além de alguns brasileiros e portugueses capturados por Zumbi. Em um duelo por divergências de pensamentos e pelo comando da comunidade quilombola matou o mamuleco Zumbi, em duelo, seu tio de nome Ganga Zumba para se tornar o Rei

Relativo a história de Zumbi ainda na atualidade algumas coincidências permanecem como o acesso difícil a Serra que há dezenas de anos é prometido e nunca foi concluído (desde o governo de Arnon de Melo). Um estranho costume sobre Zumbi dos Palmares é que os nativos (palmarinos da atualidade) dão pouca importância a Serra da Barriga e sua história que não é ensinada nas escolas locais.

Como o povo palmarino é apático a lendária história, existem em locais distantes praças (como a da praia de Cruz das Almas onde está localizada a Praça Ganga-Zumba) além de uma instituição com museu que conta detalhes da presença do Zumbi em território palmarino falando tudo sobre a história. Esta instituição é localizada em São Luiz do Maranhão onde a história de Zumbi é amplamente é difundida.

Em comemoração à morte de Zumbi, movimentos negros fazem exposição da culinária africana na Praça de Multi Eventos em Maceió onde, devido a ‘insignificação da data’ o feriado dedicado ao Rei Negro foi antecipado do dia 20 para o dia 16. Outro fato marcante é que o sitio arqueológico da Serra da Barriga não é devidamente explorado...

Os festejos do conhecido ‘Dia da Consciência Negra’ consistem na realidade em cultos religiosos na Serra a 408 metros de altura do nível do mar, demonstrações de capoeira e consumo de álcool e drogas pelos adeptos do culto africano que vêm a União de todos os recantos do Brasil. A sede do órgão encarregado de manter viva a história do Quilombo dos Palmares é sede em Brasília e um escritório localizado em União foi desativado. Estava, enquanto funcionava, politicamente aos cuidados do deputado Paulão do PT.

Na realidade, Zumbi se tornou herói por lutar pela liberdade, mas dos escravos negros. Sua participação nas coisas internas brasileiras como a situação política do Brasil à sua época dominada por portugueses não é citada em nenhum item da história nacional. Nenhum movimento de cunho brasileiro (a exemplo de Tiradentes) foi inspirada em sua luta.

Uma passagem que poucos conhecem diz respeito a morte de Zumbi. Os viçosenses reclamaram a morte do líder negro como tenha sido registrada em seu território no distrito conhecido como Anel, mas, quem frequentou as escolas de União dos Palmares até o final do século passado recebeu outro ensinamento.

Existe na Serra da Barriga uma gruta (dizem que até hoje persistem utensílios como jarros de água e bancos de madeira além de mesas) onde os quilombolas se reuniam e que hoje está povoada por cobras e morcegos gigantes. Seria lá que os moradores do Quilombo que cometiam infrações eram julgados. Se fossem condenados eram levados até o ponto mais alto da serra (hoje Parque Zumbi dos Palmares) e de lá eram atirados a uma altura de mais de cem metros. Teria sido neste local que Zumbi ao se sentir derrotado pelas forças de Domingos Jorge Velho se aproximou do abismo e na presença de seus generais bradou a celebre frase: ‘Prefiro a Morte com a Liberdade que a Vida com a Escravidão’. Dito isto, atirou-se e morreu.

Com relação aos seus restos mortais, pode até ter sido levado para Viçosa, mas fora este detalhe de sua morte a história só registra que seu corpo foi esquartejado e exposto em Recife para servir de exemplo aos novos escravos que chagavam a África.

Editoria Agência Tribuna União

atribunadeuniao@gmail.com

 

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