Mãe e filho mortos eram inocentes e foram vítimas da guerra do tráfico, diz delegado

TNH1

O delegado Ronilson Medeiros, que está à frente das investigações sobre a morte de Sandra Maria de Lima, de 35 anos, e Matheus de Lima Silvestre, de 18 anos, mãe e filho assassinados dentro de um residencial no Benedito Bentes, disse em entrevista ao repórter Henrique Pereira, da TV Pajuçara, que o crime ganhou um novo contexto. As declarações foram feitas na tarde desta quinta-feira (25), em entrevista exclusiva realizada na sede da Delegacia de Homicídios, em Bebedouro.

Segundo o delegado, mãe e filho eram inocentes, não tinham ligação com o tráfico, e foram mortos numa demonstração de força de um dos grupos que disputam o tráfico na região. No último domingo (21), após uma partida de futebol, um grupo de traficantes que não fazem parte de facções criminosas estaria bebendo nunca localidade próxima, quando um grupo rival, pertencente a uma facção, teria tentado realizar uma chacina. Na ocasião, duas pessoas foram mortas e outras três ficaram feridas. 

Esse episódio provocou a reação do grupo não faccionado, do qual faz parte João Madson Gomes da Silva, de 25 anos, conhecido como “Pastor”, que seria o alvo principal do primeiro atentado.

Pastor foi preso ontem (24), na Cidade Sorriso, e indicou o local de esconderijo de Cleverto Pinheiro da Silva, 20 anos, e Domingos Bento da Silva Faustino Júnior, 21 anos, suspeitos de estarem com o grupo que assassinou mãe e filho, em represália à tentativa de chacina.

“Eles fizeram isso para mostrar que esse grupo tem poder de fogo e liderança na localidade”, contou o delegado Ronílson. O delegado também contou que há uma situação de tensão entre traficantes faccionados e não faccionados, pela disputa do tráfico na região.

Mãe e filho não teriam nenhum envolvimento com o tráfico de drogas na região. “Eles podem ter tido algum envolvimento no passado, mas tinham se mudado para o conjunto e trabalhavam com a venda de quentinhas”, informou o delegado. Ronílson disse também está ouvindo testemunhas para identificar e pedir a prisão dos suspeitos. A população pode ajudar nas investigações através do disque denúncia,  ligando 181.