A polarização entre extremos que tem marcado a disputa pela Presidência da República também determinou o desenho da nova bancada feminina da Câmara dos Deputados, que alcançou um número recorde nestas eleições. Das 77 eleitas, que representarão 15% do total de deputados, 9 são do PSL, partido de Jair Bolsonaro (PSL). Do outro lado, partidos progressistas como PT, PCdoB e PSol somam 21 integrantes.
Outra característica que deve impactar a dinâmica do grupo é o fato de 40 das parlamentares eleitas - mais da metade - serem novatas na casa. Hoje, apesar das posições diferentes em temas como descriminalização do aborto, por exemplo, as deputadas do atual mandato são alinhadas em temas como representatividade na política e combate à violência contra a mulher.
De olho na nova formação, a presidente da bancada, deputada Soraya Santos (PR-RJ), reeleita, está enviando convites para as novatas passarem uma semana na Câmara em novembro e conversarem sobre pautas que podem avançar.
"A tendência é mostrar que o olhar feminino se faz necessário sobre todos os temas. Agride a gente saber o nível de mortalidade no parto, o número de adolescentes que saem da escola porque foram mães precoces, a questão da autonomia econômica, as mulheres rurais. Porque se não [ampliar a atuação] as mulheres começam a ficar estigmatizadas como se tivessem que vir aqui só pra defender o combate à violência doméstica", afirmou a parlamentar ao HuffPost Brasil.