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Mundo
17/10/2018 19:08:00

ONU pede que Riad e Ancara revelem o que sabem sobre paradeiro de jornalista


ONU pede que Riad e Ancara revelem o que sabem sobre paradeiro de jornalista
Ilustração

A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, a ex-presidente do Chile Michelle Bachelet, pediu nesta terça-feira aos governos de Arábia Saudita e Turquia que "revelem tudo o que sabem" sobre o desaparecimento do jornalista saudita Jamal Khashoggi.

Em comunicado, Bachelet solicitou às autoridades de ambos os países "garantias de que não haverá mais obstáculos no caminho de uma investigação rápida, profunda, efetiva, imparcial e transparente" para resolver o que pode ser um caso de "possível assassinato extrajudicial".

A alta comissária louvou o acordo que permitiu que ontem ocorresse uma inspeção no interior do consulado da Arábia Saudita em Istambul. Não obstante, afirmou que, dada a gravidade do caso, a imunidade da sede consular não deveria ter sido um impedimento para a realização de tal investigação.

"Em vista da seriedade da situação em torno do desaparecimento de Khashoggi, acredito que a inviolabilidade e a imunidade de lugares oficiais amparados pela Convenção de Viena de 1963 sobre relações consulares não deveriam ser aplicadas".

"Sob a lei internacional, tanto o desaparecimento forçado como o assassinato extrajudicial são crimes sérios, e a imunidade não deveria ser utilizada para impedir investigações sobre o que aconteceu e quem é responsável. Duas semanas é muito tempo para que a cena de um crime não tenha sido submetida a uma investigação forense", opinou Bachelet.

A ex-presidente do Chile acrescentou que, já que existem imagens de Khashoggi entrando no consulado, mas não dele saindo, cabe às autoridades sauditas responder sobre o que aconteceu.

A alta comissária especificou que tanto a Arábia Saudita como a Turquia são Estados-parte da Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos Cruéis, Desumanos, Degradantes e que, como tais, estão obrigados a tomar todas as medidas para evitar tortura, desaparições forçadas e outras sérias violações, além de investigá-las e submeter à Justiça os seus autores.

No dia 2 de outubro, Khashoggi entrou no consulado saudita em Istambul para recolher documentos necessários para poder se casar com sua noiva turca, que ficou esperando do lado de fora do edifício, e seu paradeiro é desconhecido desde então.

Khashoggi, que já foi próximo da monarquia saudita, se distanciou dela quando o atual príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, assumiu posições de poder dentro do regime.



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