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Meio Ambiente
12/10/2018 19:07:00

Monte Etna pode causar destruição por causa da gravidade, diz estudo

Caso parte do vulcão caia no mar, um tsunami pode ser gerado


Monte Etna pode causar destruição por causa da gravidade, diz estudo
Ilustração

Agravidade está puxando o Monte Etna, vulcão ativo da Itália, para o mar, levantando a possibilidade de que um flanco (lado vulcânico) possa sofrer um colapso catastrófico.

Novas pesquisas revelam que o flanco sudeste do Etna está se movendo acima e abaixo do nível do mar. Esses movimentos significam que o risco de um colapso da encosta é maior do que se acreditava, conforme relataram estudiosos na revista Science Advances.

"Precisamos entender melhor como esta transição funciona e que tipo de gatilhos são necessários para um colapso", disse Morelia Urlaub, coautora do estudo, do Centro Helmholtz de Pesquisa Oceânica, na Alemanha. 

O Monte Etna está localizado na parte oriental da Sicília, entre as províncias de Messina e Catânia. Ele é o vulcão mais agitado da Europa, e experimenta períodos ativos desde de 6.000 a.C.. Atualmente, está em um ciclo eruptivo que começou em setembro de 2013, de acordo com o Programa Global de Volcanismo do Instituto Smithsonian.

Pesquisadores que usam dados de satélite e medições de GPS ainda observaram que o flanco sudeste do Etna está se arrastando para o mar há pelo menos 30 anos. Em março deste ano, cientistas da Universidade Aberta, no Reino Unido, relataram que a inclinação média foi de 14 milímetros por ano, entre 2001 e 2012. 

Segundo a pesquisadora Urlaub, a dúvida era se isso resultava do movimento do magma abaixo e dentro do vulcão, ou se era causado pela gravidade. O Monte Etna expele material em suas encostas constantemente, sendo que a gravidade puxa os fragmentos para baixo. 

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O vulcão também tem "pés na água": suas encostas continuam abaixo da costa da Sicília e no Mediterrâneo. Até agora, porém, ninguém havia medido como o flanco se movia abaixo do nível do mar.

Usando uma rede de sensores do fundo do mar, Urlaub e sua equipe mediram como o som viajou entres transponders a cada 90 minutos, entre abril de 2016 e julho de 2017. O tempo da viagem revelou a distância entre os dispotivos, ajudando os pesquisadores a detectar o fundo do mar.

Eles descobriram que, durante de oito dias em maio de 2017, uma falha no flanco submarino da montanha mudou 4 centímetros. Este não foi um terremoto; o movimento aconteceu sem uma ruptura de falha ou ondas sísmicas, mas sim como um deslizamento gradual.

A área onde os especialistas mediram o deslizamento está longe das câmaras de magma no centro do Etna. Isso significa que o movimento não resultou do aumento do magma dentro das câmaras subterrâneas do vulcão; em vez disso, foi o trabalho da gravidade, que puxa todo o declive acima e abaixo da água.

De acordo com Urlaub, isso é uma má notícia. "Sabemos de outros vulcões no registro geológico que entraram em colapso catastrófico e causaram deslizamentos de terra grandes e rápidos", ela disse. "E se esses deslizamentos de terra entrarem no mar, podem causar um tsunami."

Contudo, a chance de isso acontecer ainda não pode ser quantificada. Mais observações são necessárias para identificar se há alguma mudança na forma como a inclinação está se movendo e estimar as chances de um colapso. "Há um risco. Nós apenas temos que ficar de olho no flanco do Etna e como ele está se movendo", comentou Urlaub. 



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