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Polícia
07/10/2018 08:03:00

Com esquema montado, Segurança Pública aposta em eleições tranquilas em Alagoas


Com esquema montado, Segurança Pública aposta em eleições tranquilas em Alagoas
Ilustração

Gazetaweb

Concorde ou não, mas a hora do voto ainda é uma intransponível ferramenta de mudança. Em Alagoas, mais de 2 milhões podem sair de casa neste domingo (7) - do Agreste ao Sertão - para ajudar a decidir quais os representantes querem ver no Congresso Nacional, na Assembleia Legislativa Estadual, no Palácio República dos Palmares e no Palácio do Planalto. Tanta responsabilidade assim e, para que tudo ocorra dentro da tranquilidade, as f orças de segurança têm de garantir a integridade dos eleitores.

Em Maceió, vão atuar no dia da eleição, cerca de 1,8 mil policiais militares e 2,7 mil no interior do Estado. São mais de 4,5 mil que vão para as ruas com a missão de garantir um pleito tranquilo. As cidades com acirramento político receberão atenção especial da cúpula de Segurança Pública. Não haverá a participação de tropas federais este ano, mas alguns municípios alagoanos contam policiamento diferenciado por causa do acirramento político.

 

O secretário de Estado da Segurança Pública, coronel Paulo Domingos Lima Júnior, já atuou em, pelo menos, quinze eleições incluindo a execução ou o planejamento do pleito. 

"Nós temos hoje um planejamento integrado, usando a experiência da eleição passada quando sentaram à mesa a Polícia Militar, Polícia Civil, Secretaria de Segurança Pública, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Corpo de Bombeiros e, naquela época, tinha o Exército brasileiro já que iria ter reforço das tropas federais, onde nós tínhamos naquele momento o primeiro planejamento integrado do plano de segurança numa eleição. Foi um grande sucesso. Do mesmo jeito está sendo essa agora", declarou o secretário.

Lima Júnior conta que - para este ano - as polícias planejam juntas áreas de atuação com a meta de fazer do domingo uma data marcada pela tranquilidade. "Todos os juízes eleitorais concordaram em não solicitar tropas federais e nem o TRE, porque tem um clima hoje em nosso Estado onde nós temos uma Segurança Pública atuante", explicou.

Polarização política

Questionado se a polarização política preocupa a Secretaria de Segurança Pública, o coronel afirma que se houver problema em Alagoas as forças de segurança estão prontas para dar a resposta, mas que acredita que será uma eleição tranquila. 

"A democracia é composta de pontos opostos. Se todo mundo fosse ler numa mesma cartilha isso era uma ditadura. O cidadão tem o exercício de fazer suas escolhas. Tivemos evento contra um candidato e o pró e não tivemos nenhum problema. Isso é que fortalece o espírito da democracia no nosso Estado e nosso Brasil. Amizades não podem se desfazer por causa de oposições opostas de opiniões políticas. É essa maturidade que a população tem que ter e tem", afirma Lima Júnior.

O titular da SSP disse que as equipes trabalham com prevenção e cita a situação de acirramento em alguns municípios alagoanos. "A prevenção fica clara no nosso planejamento quando a gente reforçou a atuação na região da Bacia Leiteira, onde houve histórico esse ano de mortes de políticos (de vereadores, em Batalha). As investigações mostram que os envolvidos nesses crimes têm ramificações em três municípios. Vamos ocupar com tropas especiais. Quem estiver pensando em cometer algum crime ou querer tumultuar a eleição nessa região vai ter a resposta que o estado tem que dar. Estamos trabalhando para minimizar ao máximo qualquer tipo de transtorno para o eleitor. Quem tem que ser protegido é o eleitor", reforça.

PM tem que agir com equilíbrio

O comandante-geral da Polícia Militar de Alagoas, coronel Marcos Sampaio, já participou ativamente de, pelo menos, dez eleições e como responsável pela corporação é o segundo pleito. "É a grande oportunidade que o cidadão tem de fazer valer a sua voz, que é o voto. Infelizmente a gente não vê isso na plenitude da população, mas é importante conscientizar a população para que saia de casa e que vote naquele candidato que realmente vá mudar o nosso País", declarou .

Sobre 2018 ter sido marcado por um ano de disputa conturbada, polarizada e de intolerância - especialmente para a Presidência da República - o coronel lamenta. "Essa polarização a gente vê como uma situação muito complicada. A Polícia Militar tem que agir com equilíbrio, a Polícia Militar não tem cor, não tem bandeira, ela está aqui para fazer a segurança de todo cidadão, independente de raça, religião, sexo", explica Sampaio.

O comandante-geral afirma que tem orientado a tropa para que tenha equilíbrio e use sempre a legislação como base para que se evite os conflitos e a radicalização. "Isso não é bom para o País, mas é real, e a gente precisa ter equilíbrio na hora de atuar entre os radicais", disse. Sobre os dois atos públicos realizados no fim do mês de setembro, contra e pró Jair Bolsonaro (PSL), Sampaio destaca que ambos ocorreram dentro do previsto.

"A gente se planejou. O serviço de inteligência atuou e as redes sociais hoje nós monitoramos. O policiamento foi colocado nas ruas para que se evitasse qualquer problema com os manifestantes. A gente entende que o cidadão estava ali para defender uma posição sua e a Polícia Militar tinha que garantir esse exercício e assim foi feito e não houve nenhum incidente que chamasse a atenção da Segurança Pública", afirma.

Planejamento para impedir crimes

Para impedir - ou amenizar - a ocorrência de crimes eleitorais em Alagoas, o comandante-geral declara que a parceria começou a ser feita há algum tempo. Na verdade esse planejamento já foi feito com todos os órgãos envolvidos, de acordo com o comandante-geral.

"O desembargador José Carlos Malta (presidente do TRE) teve a preocupação de envolver todos os órgãos de segurança, Polícia Civil, Militar, o próprio secretário de Segurança Pública, o Corpo de Bombeiros, Perícia Oficial, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal e as forças federais também. Marinha, Exército e Aeronáutica também estavam presentes dentro desse planejamento, cada uma dentro da sua esfera de atuação. Esse planejamento está alinhado com todos os órgãos de segurança e essa integração é que vai fazer a diferença no dia do pleito. A polícia vai estar nas ruas para garantir o exercício da cidadania. Qualquer anormalidade nós vamos estar prontos para intervir e tentar resolver naquele momento", conclui o coronel.

Os policiais militares - muitos tiveram as férias e licenças suspensas, para garantir maior efetivo nas ruas - e que vão atuar no interior, embarcam neste sábado (6) para os municípios, retornando na segunda-feira (8).

Em Alagoas, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), estão aptos a votar mais de 2,1 milhões de eleitores. De 2014 até este ano, o eleitorado local cresceu aproximadamente 9,6%. A maioria do eleitorado é composto por mulheres (1.165.998), representando 53,29%. Os homens somam 1.021.969 eleitores, sendo 46,71% do quantitativo total de eleitores.

Do total de aptos a votar, de acordo com o TSE, a maioria do eleitorado alagoano possui apenas o ensino fundamental incompleto, totalizando 595.609 eleitores (27,22%). Cerca de 17,8% dos eleitores têm o ensino médio completo (389.541), 14,93% o ensino médio incompleto (326.755), 13,98% apenas lê e escreve (305.857) e 11,66% dos eleitores são analfabetos (255.017). As menores parcelas do eleitorado possuem nível superior completo (5,79%), representando 126.585 eleitores, 4,51% possuem ensino fundamental completo (98.607) e 4,11% superior incompleto (89.996). As estatísticas também mostram que a maior parte do eleitorado alagoano tem entre 30 e 34 anos.

Civil e Federal

A Polícia Civil divulgou plano de ação para 1° turno, com a mobilização de todo efetivo da instituição nas cidades do Estado. Ao todo, entre delegados, agentes e escrivães, serão mobilizados cerca de 1.200 policiais civis e empregadas 325 viaturas. Nas unidades policiais da Grande Maceió e delegacias distritais e regionais do interior do Estado, os plantões terão início às 18 horas do dia 6 de outubro (sábado) até o término das eleições no dia 7 d e outubro (domingo).

Segundo a assessoria da PC, em todos os municípios, haverá equipes de plantão compostas por um delegado, um escrivão, um chefe de operações e, pelo menos, mais cinco policiais. Os plantões, durante o pleito eleitoral, na capital, serão realizados na Central de Flagrantes 1 e, na Delegacia de Homicídios, com exceção dos crimes eleitorais das 33ª e 54ª Zonas, que serão lavrados na sede da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos de Cargas (DRFVC), localizada no Cleto Marques Luz.

 O delegado-chefe da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal em Alagoas, Agnaldo Mendonça Alves, informou que em relação ao efetivo operacional, a PF vai atuar mediante requisição do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). "Dividimos o estado para doze equipes, que vão atuar com o apoio da Polícia Civil e da Polícia Militar de Alagoas", explicou o delegado-chefe, através da assessoria da PF em Alagoas.



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