26/04/2024 04:13:32

Mundo
04/10/2018 18:08:00

EUA: ataques virtuais podem levar mundo a uma guerra

Declaração é da ex-secretária de Estado dos EUA Madeleine Albright


EUA: ataques virtuais podem levar mundo a uma guerra
Ilustração

Ataques cibernéticos feitos por um país contra outro podem levar a uma guerra real entre as nações, afirmou nesta quarta-feira (3) a ex-secretária de Estado dos EUA Madeleine Albright.

Para a diplomata, o mundo pode sofrer o que ela chamou de "Pearl Harbor cibernético", em referência ao ataque japonês contra uma base americana que levou os Estados Unidos a entrarem na Segunda Guerra.

O mesmo pode acontecer em decorrência de um ataque virtual, levando o país alvo a declarar guerra contra o agressor, disse ela em palestra sobre segurança cibernética em Washington.

Albright, que comandou a diplomacia americana no segundo mandato de Bill Clinton (1997-2001), afirmou que chegou a debater a questão dentro da Otan (aliança militar ocidental).

"Um ataque cibernético russo contra a Estônia merece uma resposta da Otan pelo artigo 5?", questionou ela, referindo-se à regra que estabelece que um ataque contra um membro da organização deve ser considerado uma agressão a todos os países do tratado.

+ WhatsApp vai ganhar nova forma de responder mensagens

Segundo ela, ainda não há uma definição de quando um ataque virtual levaria a uma declaração de guerra, mas que o assunto deve ser debatido.

Ela disse ainda que vê a democracia ameaçada e que isso se reflete na internet.

"Inimigos da democracia tem inundado as redes sociais com fake news e outras tentativas de interferir na eleição", afirmou ela. "Isso não era uma questão quando eu estava no cargo."

Albright disse que a Rússia é a principal líder neste tipo de ação, mas citou também China, Coreia do Norte, Irã, Venezuela e Turquia.

"A tecnologia não substitui a liderança política. As mídias sociais podem ser usadas tanto para atacar um grupo quanto para ajudar a resolver questões globais", afirmou ela, que considera que o debate sobre a questão ainda está começando.

"Estamos tentando consertar um avião no ar", disse ela sobre os debates para enfrentar a guerra cibernética.

A ex-secretária de Estado disse que, apesar de se tornado uma usuária das redes sociais, teme que elas estejam dificultando o debate público ao fazerem as pessoas só terem contatos com assuntos com os quais concordam, o que ameaça a democracia, segundo ela.

"Por isso passei a ouvir rádios de extrema direita quando estou dirigindo em Washington, para ouvir o outro lado", disse ela.

Apesar disso, ela disse ainda ver esperança de a situação melhorar. "Sempre perguntam se eu sou uma otimista ou uma pessimista. Sou uma otimista muito preocupada." Com informações da Folhapress.



Enquete
Na Eleição de outubro, você votaria nos candidatos da situação ou da oposição?
Total de votos: 43
Notícias Agora
Google News