Mesmo com a transferência para o Centro Psiquiátrico Judiciário autorizada desde a última sexta-feira (21), Jandira da Silva - acusada de matar o próprio filho - continua recolhida à carceragem da Central de Flagrantes 1, no bairro do Farol, em Maceió. Como não está sendo tratada, o advogado de Jandira teme que ela tente se matar dentro da cela.
João Uchoa, o advogado, acredita que ela teve um surto psicótico, o que pode ter acarretado na morte do próprio filho, de 6 anos. "Ela disse que botou o menino para dormir como de costume, lembrando apenas de, em seguida, ter ido à cozinha e acendido as bocas do fogão. Ela, inclusive, ainda não sabe que o menino morreu", conta o advogado.
"A Jandira continua na Central de Flagrantes. Isso é um absurdo. Isso porque o juiz da custódia não mandou ofício para o juiz de Execução Penal, já que teria de pedir autorização. Na sexta-feira, ele [juiz] determinou em audiência que ela fosse transferida. Agora, estamos requerendo ao magistrado, Geraldo Amorim, que determine o encaminhamento. Ela divide a cela com outras detentas. Espero que não tomem uma providência somente quando acontecer uma tragédia", reforça o advogado.
Ainda à reportagem, Uchôa reforçou a necessidade de sua cliente receber a devida assistência médica. "Temo que ela tente se suicidar e que ninguém consiga evitar. É um absurdo o que acontece aqui em Alagoas. Ela precisa fazer um exame de sanidade mental para se saber qual o grau de seu comprometimento e se há periculosidade", explica Uchôa.
Jandira é a mãe do garoto de seis anos que morreu na última quinta-feira em um apartamento no Conjunto Residencial Parque Petrópolis III, parte alta da capital. Ela confessou à polícia que acendeu as bocas do fogão de sua residência e colocou um celular - que estava carregando - próximo à válvula, a fim de provocar um incêndio e causar a morte dela e do filho.
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