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Especial
22/09/2018 00:00:00

Doador de órgãos transmitiu câncer para quatro de seus receptores


Doador de órgãos transmitiu câncer para quatro de seus receptores
Ilustração

Uma história que iniciou com requintes de esperança acabou tornando-se um pesadelo para uma equipe do Centro Médico Acadêmico, na Holanda. Em artigo divulgado este ano, os médicos da instituição relataram o caso de um homem de 53 anos, morto em 2007 após sofrer um derrame, que teve rins, pulmões, fígado e coração doados para cinco receptores compatíveis. No entanto, apesar do gesto ter sido celebrado à ocasião, todos os pacientes adquiriram câncer — a situação não terminou bem para a maioria.

Antes de submeter cada receptor ao seu respectivo transplante, a saúde do doador foi extensivamente checada: tanto exames físicos como laboratoriais não indicaram qualquer presença de tumores malignos. No entanto, um ano e cinco meses após receber novos pulmões, uma das receptoras — uma mulher de 42 anos — apresentou tumores no tecido epitelial e viu o câncer se espalhar pelo organismo. Ela faleceu em 2009 e suas células indicaram que a doença decorreu de um câncer de mama derivado do doador. O caso foi o primeiro registrado devido a uma infecção por meio de transplante.

A morte da paciente acionou um alerta nos especialistas, que procuraram a receptora do rim esquerdo, uma senhora de 62 anos. A princípio nada foi encontrado e não havia possibilidade de remover o órgão transplantado. Cinco anos depois, no entanto, novos testes revelaram que um câncer transmitido pelo doador havia se espalhado por rins, fígado, ossos e em outros lugares — ela faleceu dois meses após a descoberta.

A receptora do fígado, de 59 anos, só detectou o seu tumor quatro ano após a cirurgia. Embora tenha tratado da doença por três anos, também veio a óbito. Já homem que recebeu o coração morreu seis meses depois do transplante, embora a causa não tenha qualquer ligação com tumores recebidos.

Apenas um dos cinco transplantados sobreviveu: um homem de 32 anos que recebeu o rim direito. No entanto, ele também apresentou células cancerígenas no órgão e precisou remover o órgão em 2011. Submetido a tratamentos, conseguiu se recuperar.

A situação ainda permanece um mistério para os médicos, que não descobriram como foi possível que tal doença estivesse ocultada dos diversos exames realizados. A hipótese é que drogas imunossupressoras, que ajudam na adaptação do novo órgão, podem atrasado o aparecimento de vestígios de câncer.



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