O número de casos suspeitos de cólera no Zimbábue é de mais de 4.000 pessoas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), que alertou para a rápida expansão da doença.
Segundo a Federação Internacional da Cruz Vermelha, 25 pessoas morreram.
"Estão sendo registrados entre 400 e 700 casos por dia. Eles são muitos e é um fato muito importante, considerando que dois milhões de pessoas vivem em Harare", disse em uma entrevista coletiva Christian Lindmeier, porta-voz da OMS.
Embora a doença tenha sido inicialmente detectada apenas na capital, Harare, relatórios recentes revelam que ela também afetou a cidade vizinha de Chitungwiza e que houve casos isolados em cinco das dez províncias do país.
População recebe tratamento para cólera no Zimbábue. — Foto: Jekesai NJIKIZANA / AFP
As autoridades relataram o surto em 6 de setembro e no dia 11 declararam estado de emergência. A OMS enviou epidemiologistas e especialistas ao Zimbábue para organizar uma campanha de vacinação, bem como enviar kits com material de reidratação e antibióticos para tratar pacientes.
Lindmeier explicou que, embora a campanha de vacinação esteja sendo organizada, o mais importante é se concentrar em melhorar as condições de higiene e saneamento, a origem do surto.
"Temos de responder rapidamente antes que saia de controle", disse ele, lembrando que, embora seja de grande preocupação que o epicentro do surto está na capital, é preciso também "monitorar o que acontece em aldeias remotas".
O Ministério da Saúde do Zimbábue e a OMS alertaram na quinta-feira (13) que essa cepa da bactéria causadora da cólera parece resistir à ação dos dois tipos de antibióticos disponíveis no país.
Este surto de cólera já é o mais mortífero desde 2008, quando a doença matou mais de 4.000 pessoas no Zimbábue e afetou cerca de 100.000.
Para evitar o contágio, a polícia proibiu a aglomeração de pessoas nas ruas de Harare após o estado de emergência ter sido declarado.
O mau estado da rede de saneamento e os canos contaminaram poços de onde os habitantes dos subúrbios de Harare tiram água. Na cidade, a maioria das pessoas não recebem água corrente em condições de higiene.
Esta é a quarta vez nos últimos 15 anos que a cólera, uma doença tratável que causa vômitos intensos e diarréia, e que pode se tornar letal se não tratada a tempo, afeta o Zimbábue.