23/04/2024 15:22:29

Especial
03/09/2018 12:30:00

Profissionais criam programa para ajudar alagoanos na mudança do estilo de vida


Profissionais criam programa para ajudar alagoanos na mudança do estilo de vida
Ações já começaram

Gazetaweb

Ali e aqui. Cada vez mais é possível encontrar pessoas que estão em busca de uma qualidade de vida acima da média. Correr, malhar, se alimentar melhor, praticar outros tipos exercícios são algumas das ações que percorrem o caminho para atingir a linha de chegada. Porém, uma pergunta se torna válida. Onde buscar o incentivo para manter e evitar o conhecido efeito sanfona? 

A resposta pode ser encontrada no programa "Mudança de Estilo de Vida", que chegou para fortalecer a luta de quem busca hábitos saudáveis e uma inclusão na "geração saúde". Fundadora, a nutricionista Andréa Aragão explica que, após 18 anos de carreira atendendo tantos pacientes, enxergou a necessidade de incluir algo a mais nas simples dietas. 

"Comecei a perceber que o fato de a gente simplesmente fazer uma consulta, um atendimento ou prescrever uma dieta para um paciente não era o suficiente, faltava algo. Eu achava aquilo muito pouco. Às vezes, eles apenas queriam bater uma meta, seja perder peso para uma festa de casamento, Natal ou Ano Novo. Porém, não conseguiam mudar o estilo de vida", explicou. 

Dessa forma, há pouco mais de um mês, o programa começou a criar a própria história. Sem critérios, na qual qualquer um, com força de vontade, poderia fazer parte. De início, segundo Andréa, os pacientes do Instituto Andréa Aragão, receberam emails em que eram avisados sobre a ação. Além disso, a iniciativa foi divulgada na rede social da nutricionista.

Logo após, os 20 primeiros da lista foram chamados para comparecer a uma clínica onde preencheram uma ficha com alguns dados de saúde. "Eles foram submetidos a uma avaliação física de composição corporal para saber como a estrutura física se encontra. Tanto o peso e altura como o percentual de gordura no corpo." 

TRÊS ETAPAS

Programa está dividido em três etapas: "Superação", "Evolução" e "Manutenção"

FOTO: DIVULGAÇÃO/ANDRÉA ARAGÃO

Chegar ao objetivo máximo dentro do "Mudança de Estilo de Vida" pode não ser um caminho fácil. Então, a "Superação", marcada para começar no dia 1° de setembro, será o primeiro passo para os pacientes. Esta etapa é o início do programa e terá 30 dias de duração com o acompanhamento de educadores físicos, nutricionistas e psicólogos. 

"A 'Superação' em 30 dias é algo que chama a atenção? Pode ser vista como um tipo de desafio, mas não é. Muita gente vê esse desafio da seguinte forma: quem perder mais peso ganha um brinde. Depois que a pessoa consegue, vai para o mundo real e ela volta a engordar", disse.

Conforme Andréa Aragão, antes de tudo, cada participante deverá olhar para si mesmo e identificar como se encontra o próprio estado de saúde. Eles devem olhar para o todo, desde a prática de atividades físicas, a alimentação, a saúde mental até a espiritual.

"Depois desta autoavaliação, cada um vai montar a própria recuperação. E, se perguntar: Nesses 30 dias, em que eu quero me superar? 'Ahh, eu quero fazer atividade física, por que toda vez que entro eu saio, eu não cuido disso', 'Eu quero dormir melhor, não durmo, passo a noite no computador', 'quero tomar mais água e me alimentar melhor', 'quero cuidar da minha saúde espiritual, eu não tenho crença'", destacou.

Ainda neste primeiro período, os pacientes participarão de atividades em conjunto, como: em quatro domingos o grupo se reunirá para a realização de exercícios físicos no Parque Municipal de Maceió, no bairro Bebedouro, e na orla da praia. Também participarão de duas reuniões, na sede do Instituto Andréa Aragão, com todos os profissionais envolvidos. Segundo Andréa, as atividades devem estimular a mudança nos hábitos de vida. 

Já a segunda fase do processo foi chamada de "Evolução". Nela, segundo a fundadora do programa, os psicólogos, educadores físicos e nutricionistas irão trabalhar exclusivamente com uma reunião por semana onde as questões comportamentais serão tema. 

"A alimentação, atividades físicas, o bem-estar mental vão sempre ser estimulados nesta etapa. Mas, como o próprio nome diz, as pessoas precisam evoluir diante daquilo que elas superaram na primeira. Porque 30 dias não muda a vida de ninguém. É um incentivo para que eles comecem e deem continuidade àquilo", lembrou. 

Por isso, a terceira fase acontece quando o paciente consegue progredir e é 'liberado' para a "Manutenção". Com menos tarefas, porém tão importante quanto às outras. Nesta etapa todos aqueles que abraçaram a causa deverão se encontrar pelo menos uma vez no mês por um tempo indeterminado. Também neste período, os participantes que desejarem algum tratamento mais específico poderão encontrar outros profissionais. 

 

Wilma Nóbrega, de 58 anos, busca no programa motivação para mudança de hábitos

FOTO: ARQUIVO PESSOAL

Diante disso, a bibliotecária e professora da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), Wilma Nóbrega, de 58 anos, ressaltou que as três etapas do programa foram o que chamou mais atenção. "Eu não vi nenhuma promessa de perda de peso em curto prazo. No primeiro momento, decidi fazer uma avaliação de outras propostas e considerei essa a mais interessante e, também, confio no trabalho da Andréa Aragão." 

 

A professora decidiu entrar para o projeto com a filha, pois, de acordo com ela, as duas precisam muito melhorar os hábitos. "É mais uma questão de estilo de vida. Eu tenho uma vida muito sedentária, deixo tudo para depois. Inicio uma atividade física e no meio do caminho deixo. Já fiz caminhada, pilates e parei. Um dos meus objetivos é buscar técnicas de motivação."

PONTO DE PARTIDA

Acordar em uma manhã ensolarada e, logo após, decidir que a saúde está saindo um pouco do controle, não é a realidade de todas as pessoas. Para algumas, as situações da vida acabam dando um "start" e estimulando os hábitos saudáveis. 

Para Wilma, doenças oriundas de um estilo de vida descuidado podem ter sido um ponto decisivo. Segundo ela, o peso atual está 25 quilos a mais do considerado adequado para a altura de apenas um metro e meio. 

"Tenho problemas cardíacos e, recentemente, descobri que tenho fibromialgia. Todos os médicos dizem que é meu peso, principalmente a gordura abdominal, que pode fazer com que eu tenha um infarto a qualquer momento".

Ela ainda contou que a família pode ajudá-la a manter o estímulo. "Tenho meus filhos e quero ver meus netos. Essa mudança, sem dúvidas, vai me dar mais ânimo pra viver. Acredito muito e sei que com uma alimentação equilibrada e atividades físicas periódicas até os remédios irão diminuir", completou. 

O fato de ter pessoas queridas envolvidas não se restringe apenas à Wilma. A advogada e uma das integrantes do programa Andresa Pedrosa, de 42 anos, deu partida na corrida contra o peso e o sedentarismo após perder uma pessoa próxima. De acordo com ela, uma amiga sofreu um infarto há dois anos. E, nessa época, as duas tinham a mesma idade e o mesmo ritmo de vida. Esse fato a fez repensar a própria saúde e bem-estar.

 

Alimentação saudável é um dos pontos buscados pelos pacientes

FOTO: REPRODUÇÃO/MARCELO CAMARGO

 

 

 

BEM-ESTAR COMO UM TODO

O corpo e a mente são os principais pontos que serão trabalhados. E a fundadora do programa confirma. "Não temos um público especifico, por que o superar não é apenas na perda de peso. Você pode ser magro, fazer exercícios e comer bem, mas não ter uma boa saúde mental. Qualidade de vida não são só peso e alimentação, queremos realizar um trabalho mais amplo", explicou. 

Entretanto, conforme Andréa Aragão, o peso ainda é visto como o mais preocupante na mente das pessoas, mas, na verdade, perder quilos é resultado da mudança de estilo de vida. Ela ainda contou que muitos pacientes falam que desejam se superar e não conseguem manter. 

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, para a Associação das Empresas e Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador (Assert), em 2015, constatou que mais brasileiros estão em busca de refletir no prato uma alimentação saudável. 

Entre as 4.560 pessoas entrevistadas, 65% observaram que cresceu o consumo de sucos naturais. Outros 53% concluíram que a procura pelas frutas também aumentou. Já para 61%, os clientes estão consumindo mais verduras e legumes. Por fim, segundo 58% dos consultados, a famosa combinação de arroz e feijão se manteve inalterada.

A fundadora do programa ainda salientou que nenhum paciente deve receber uma dieta calculada, e sim, orientações. "Eles vão ter a disposição, por exemplo: todas as frutas para o grupo um. Já o segundo com pão integral e tapioca. O terceiro vai ter outros alimentos. Os participantes vão escolher o que querem e criar a própria alimentação saudável. Queremos que eles mantenham".

Para ajudar nesse processo, os nutricionistas terão o papel de cuidar do relacionamento do paciente com o alimento. Os psicólogos acompanharam o lado comportamental de cada um. E, por fim, os educadores físicos vão buscar incentivar a prática esportiva dentro dos limites estipulados pelo participante. 

Segundo outro estudo feito em 2015, menos de 40% dos brasileiros costumam praticar algum tipo de esporte ou atividade física. Os dados são de uma pesquisa produzida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), com números suplementares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com uma rotina de exercícios físicos regulares há cerca de cinco anos, Andresa Pedrosa decidiu entrar no programa para buscar a almejada qualidade de vida como um todo. "Eu quero comer bem, trocar a alimentação ao associar com a atividade física. Desejo mudar minha cabeça, saber o que eu posso e não posso".

SEGUNDA TURMA

 

A nutricionista Andréa Aragão é fundadora do programa que estreia, em setembro, a primeira edição

FOTO: ARQUIVO PESSOAL

Um dos propósitos do programa é fazer com que uma dieta, alguns exercícios e até uma boa noite de sono façam parte da vida dos pacientes e, assim, permaneçam. Dessa forma, a continuidade está também na extensão da ação para outros grupos que desejam alcançar a geração saúde. 

 

De acordo com Andréa Aragão, a ideia é abrir inscrições a cada dois meses. "Em novembro nós vamos lançar a segunda turma. No futuro pretendo estender. Teremos grupos adolescentes, até porque a condução do grupo é diferente com cada um. Vamos nos aperfeiçoar com cada grupo".

E, ainda segundo Andréa, várias empresas de Maceió já procuraram o programa para que os funcionários recebam o mesmo tratamento. A previsão é crescer cada vez mais. Para quem almeja a superação, as inscrições para a próxima turma estão sendo feitas no Instituto Andréa Aragão.

"O plano é muito bom. Instituir bons atos ao longo da vida não é algo de imediato. É uma construção e nossa parte é ajudar essas pessoas que vivem no efeito sanfona. Ficar engordando e emagrecendo faz mal a saúde. Têm pessoas que carregam esse problema de sobrepeso a vida toda, já fez de tudo e nada mudou. Elas estão apostando nesse programa para se transformar", destacou. 

Além disso, a participante Wilma Nóbrega não esconde que acredita e recomenda a proposta do programa. "Ele veio na hora certa. Ao me olhar no espelho vejo que essa não é a Wilma que eu quero. Atualmente, não tenho motivação, mas estou indo buscar no programa. Tomara que dê tudo certo". E ainda concluiu com um desafio: "Depois de 30 dias me perguntem o que achei, tenho certeza que estarei mais feliz."

 

Além de uma alimentação saudável, ação deve abarcar ainda práticas de exercícios físicos e saúde mental

FOTO: SHUTTERSTOCK


Enquete
Na Eleição de outubro, você votaria nos candidatos da situação ou da oposição?
Total de votos: 39
Notícias Agora
Google News