De acordo com a Aneel, a quantidade de energia perdida com os "gatos" seria suficiente para abastecer um estado como Santa Catarina pelo mesmo período.
Atualmente, o prejuízo com os "gatos" é estimado em cerca de R$ 4,5 bilhões.
Pelas regras da Aneel, cada distribuidora tem uma quantidade definida para a perda de energia e o valor referente a este montante pode ser repassado ao consumidor – o que ultrapassa o limite é pago pela distribuidora.
Segundo o presidente do Instituto Acende Brasil, Cláudio Sales, se não houvesse a perda de energia com os "gatos", a tarifa poderia ser 4,3% menor.
O que dizem as distribuidoras
O presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abrade), Nelson Leite, afirma que as concessionárias têm atuado para evitar fraudes, mas é importante que a sociedade condene a prática e denuncie. Ele lembra que todos os consumidores pagam o prejuízo com o furto de eletricidade.
O presidente da Abrade destacou também que, além de combater a fraude, é importante as distribuidoras atuarem em ações de eficiência energética para as pessoas terem acesso à energia elétrica.
Segundo Sales, quando a pessoa consome energia por uma ligação clandestina não tem consciência do quanto consome.
Efeitos da crise econômica
Para Cláudio Sales, do Instituto Acende Brasil, o aumento de furtos e fraudes no mercado de energia desde 2016 tem relação com a crise econômica. Segundo ele, as fraudes vinham em trajetória de queda desde 2009.
Na avaliação do presidente do instituto, as concessionárias trabalham para reduzir a perda de energia até porque parte do prejuízo também é pago pelas distribuidoras. "A Aneel tem fixado metas cada vez mais agressivas para redução das perdas", acrescentou.
Alguns estados, porém, sofrem com outros problemas além da falta de investimento. O Rio de Janeiro, por exemplo, cujo índice permitido de perda foi de 12,96%, perdeu 14,5% no ano passado
O alto índice de perdas, para o presidente do Instituto Acende Brasil, tem relação com a falta de segurança.
"Concessionárias que estão no Rio de Janeiro, com áreas de conflito, não conseguem nem entrar para fazer o que precisa, para coibir o gato e isso não pode ser imputado à responsabilidade da concessionária", afirmou.