26/04/2024 16:38:19

Alagoas
26/08/2018 08:36:00

Febre Amarela: estudo explica o surto que aconteceu no Brasil


Febre Amarela: estudo explica o surto que aconteceu no Brasil
Ilustgração

Uma nova pesquisa sobre o vírus da febre amarela (YFV, na sigla em inglês) explica o motivo pelo qual aconteceu (e resiste) o surto da doença no Brasil nos últimos dois anos. 

Análises revelaram que a linhagem do vírus se espalhou por meio de um ciclo silvestre de transmissão em primatas. O estudo apontou que 85% dos casos em humanos e macacos foram no gênero masculino, em indivíduos com idade entre 35 e 54 anos. 

 
 
PUBLICIDADE

O YFV é transmitido por mosquitos de duas maneiras: via silvestre ou urbana. Os casos mais recentes no país remontam aos primatas e aos insetos que habitam florestas. “A combinação de dados epidemiológicos e genômicos nos disse que o surto foi por transmissão silvestre. Embora as condições para a transmissão urbana pareçam estar presdentes, felizmente isso não aconteceu", disse Nuno Faria, pesquisador do Departamento de Zoologia da Universidade de Oxford, no Reino Unido. 

Publicado na revista Science, o estudo utilizou técnicas genômicas e de epidemiologia para investigar o modo de transmissão do YFV, com dados de casos de Minas Gerais, um dos estados mais afetados no surto. O sequenciamento portátil de DNA e a análise computacional permitiram que cientistas compreendessem a composição genética do vírus. Eles também puderam analisar a idade, o sexo e a distribuição espacial das ocorrências em humanos.

Leia também: 
+ Pesquisadores encontram 214 novas espécies de vírus em peixes e anfíbios
+ Inteligência artificial ajuda cientistas a descobrirem 6 mil novos vírus

"Em 48 horas conseguimos gerar os primeiros genomas do epicentro do surto em Minas Gerais", contou Luiz Alcantara, pesquisador da undação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Rio de Janeiro. "Em apenas algumas semanas, usando novos métodos de sequenciamento portátil, conseguimos triplicar a quantidade de genomas do vírus da febre amarela no Brasil."

As descobertas têm implicações no monitoramento da transmissão viral e podem contribuir para uma estratégia de eliminação da doença em todo o planeta. 

"O vírus da febre amarela afetou a humanidade por centenas de anos. Ele vem em ondas de um reservatório animal, então talvez nunca poderemos eliminá-lo completamente", comentou Oliver Pybus, professor no Departamento de Zoologia de Oxford. "O problema é que ainda não entendemos o suficiente o comportamento do vírus em animais. Precisamos dessas informações para controlar futuros surtos e vacinar as pessoas certas, no lugar certo, na hora certa."



Enquete
Na Eleição de outubro, você votaria nos candidatos da situação ou da oposição?
Total de votos: 44
Notícias Agora
Google News