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Mundo
10/07/2018 20:35:00

Porto Príncipe, entre o caos e um tímido retorno à normalidade


Porto Príncipe, entre o caos e um tímido retorno à normalidade
Porto Principe

www.afp.com 

A capital do Haiti oscilou neste domingo (8) entre cenas de violência e sinais de retorno à normalidade, após dois dias de protestos violentos provocados pelo anúncio da alta nos preços dos combustíveis, uma medida que foi suspensa em seguida pelo governo.

Diversos cruzamentos de vias de Porto Príncipe permanecem sob o controle de grupos de jovens que pedem dinheiro a pedestres e motoristas para lhes permitir passar.

Rádios locais destacaram, por sua vez, que grupos de civis armados percorrem as ruas de alguns bairros do centro da cidade.

No coração da capital, na comuna de Delmas, jornalistas da AFP presenciaram o saque de lojas, enquanto alguns manifestantes exigiam a saída do poder do presidente Jovenel Moise. Alguns dos atacantes estavam armados com facas.

Para dispersar os protestos, policiais de unidades especializadas em manter a ordem atiraram para o alto e usaram bombas de gás lacrimogêneo.

Segundo uma contagem da AFP, pelo menos quatro pessoas morreram desde que começaram os protestos no Haiti, na sexta-feira.

Paralelamente a estas cenas de violência e caos, em setores da cidade se notava certo retorno à normalidade.

Ao final das missas dominicais, vendedores de frutas e verduras retomaram seus pontos de venda nas ruas e mototáxis voltaram a circular, embora sem conseguir atrair uma clientela numerosa.

Nas ruas em que a Polícia desmontou as barricadas erguidas pelos manifestantes pôde-se notar o retorno dos automóveis.

Três aviões provenientes dos Estados Unidos pousaram neste domingo no aeroporto Toussaint Louverture. No sábado, as empresas aéreas tinham suspenso todos os voos.

A incerteza quando à evolução da situação política continua sendo, de qualquer forma, dominante, à espera da greve geral de dois dias, convocada pela oposição para segunda e terça-feira.

As embaixadas da França e do Canadá anunciaram neste domingo que permanecerão fechadas na segunda-feira.

As manifestações começaram em Porto Príncipe depois que o governo anunciou um forte aumento das tarifas dos combustíveis, em cumprimento de um acordo com o FMI, assinado há cinco meses. A decisão implicava o aumento da gasolina em 38%, do diesel em 47% e do querosene em 51%.

Devido aos atos de violência e pouco depois de o presidente da Câmara dos Deputados, Gary Bodeau, fazer um ultimato ao governo para que reverta a decisão, o premiê, Jack Guy Lafontant, suspendeu neste sábado a elevação dos preços dos produtos derivados de petróleo.



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