20/04/2024 06:39:37

Justiça
08/07/2018 14:51:00

Relator da Lava Jato no TRF-4 confronta decisão de libertar Lula


Relator da Lava Jato no TRF-4 confronta decisão de libertar Lula
Ex-presidente vai continuar preso

Com bbc news brasil

O relator da Lava-Jato no TRF-4, o desembargador João Pedro Gebran Neto, acaba de dar decisão que confronta o despacho de um desembargador de plantão no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) que, mais cedo determinou a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste domingo. De acordo com Gebran Neto, o pedido de habeas corpus apresentado na última sexta-feira pelos deputados federais Wadih Damous, Paulo Pimenta e Paulo Teixeira, do PT deveria ser encaminhado a seu gabinete para análise e não decidido pelo colega Rogério Favreto.

"Assim, para evitar maior tumulto para a tramitação deste habeas corpus, até porque a decisão proferida em caráter de plantão poderia ser revista por mim, juiz natural para este processo, em qualquer momento, determino que a autoridade coatora e a Polícia Federal do Paraná se abstenham de praticar qualquer ato que modifique a decisão colegiada da 8ª Turma", escreveu Gebran Neto.

No entanto, ainda não está claro o que deve acontecer com o petista. No final da manhã deste domingo, Favreto disse que a libertação de Lula deveria ocorrer "em regime de urgência".

Diante da decisão, o juiz Sergio Moro, a quem caberia expedir alvará de soltura para a Polícia Federal, publicou um despacho afirmando que Favreto não tem competência para soltar o petista e mandou que a PF não cumprisse a ordem. Lula está preso há mais de 3 meses na carceragem da corporação, em Curitiba.

Em um segundo despacho, Favreto reiterou sua decisão e ordenou que o juiz de primeira instância cumpra a ordem imediatamente em um imbróglio jurídico que se desenrola enquanto Lula segue na cela.

No despacho inicial, Favreto afirma que tomou a decisão movido pela da situação de Lula, pré-candidato do PT à presidência da República e impedido de participar da campanha por estar preso. Segundo o desembargador, em seu despacho, Lula seria vítima de "duplo cerceamento de liberdade: direito próprio e individual como cidadão de aguardar a conclusão do julgamento em liberdade e, direito político de privação de participação do processo democrático das eleições nacionais, seja nos atos internos partidários, seja na ações de pré-campanha".

Pouco depois, no entanto, o juiz Sergio Moro afirmou que a ordem não poderia ser atentida até haver esclarecimento do relator do caso, João Pedro Gebran Neto, também do TRF-4, o que aconteceu no começo da tarde deste domingo.

"Com todo respeito, (Favreto) é absolutamente incompetente para sobrepor-se à decisão do Colegiado da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região e ainda do Plenário do Supremo Tribunal Federal", escreveu Moro".

Em resposta ao despacho de Moro, Favreto reafirmou a ordem dada para soltura imediata. "Registro ainda, que sem adentrar na funcionalidade interna da Polícia Federal, o cumprimento do Alvará de Soltura não requer maiores dificuldades e deve ser efetivado por qualquer agente federal que estiver na atividade plantonista, não havendo necessidade da presença de Delegado local", escreveu o desembargador.

Apesar do posicionamento de Gebran Neto contrária à soltura do petista, ainda não está claro o que acontecerá com o ex-presidente nas próximas horas. A palavra final deve ser dada por alguma das instâncias superiores da Justiça, STJ ou STF.



Enquete
Na Eleição de outubro, você votaria nos candidatos da situação ou da oposição?
Total de votos: 33
Notícias Agora
Google News