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Esportes
01/07/2018 07:38:00

Para dominar o mundo: veja como Brasil e México se armam para jogo decisivo


Para dominar o mundo: veja como Brasil e México se armam para jogo decisivo
Ilustração
Samara — Sexta maior cidade da Rússia, com 1,1 milhão de habitantes, a antiga Kuibyshev, homenagem ao revolucionário homônimo, teve um papel tático relevante nos tempos da Guerra Fria entre a União Soviética e os Estados Unidos. O foguete Vostok, que levou à órbita a primeira nave tripulada por humanos — Iuri Gagarin estava a bordo —, foi construída na sede do duelo entre Brasil e México amanhã, às 11h (de Brasília), pelas oitavas de final da Copa do Mundo.
 
 
Um dos trunfos da Guerra Fria eram as informações secretas. Por um bom tempo, Samara se tornou uma cidade fechada. Nenhum estrangeiro colocava os pés nela. Era tão blindada que chegou a ser cogitada como a nova capital da União Soviética no auge da Segunda Guerra Mundial. É nesse cenário histórico que Adenor Leonardo Bachi, o Tite, e o colombiano Juan Carlos Osorio travarão uma corrida para entrar na órbita das quartas de final da Copa da Rússia.
 
Na tentativa de desvendar os mistérios dos “foguetes” dos dois projetistas, que se conhecem desde 2015, quando duelaram no Campeonato Brasileiro à frente de Corinthians e São Paulo, respectivamente, o Estado de Minas lista a seguir dez armas de cada um deles para a “Batalha de Samara”. Você lerá como os dois treinadores pensam o futebol, como colocam as ideias em prática, quem são seus colaboradores e conhecerá os personagens que podem (ou não) desequilibrar o confronto. 
 
10 ARMAS 
DO BRASIL
 
O técnico
Adenor Leonardo Bachi (Tite)
 
» A tática
Tite começou o trabalho no 4-1-4-1, mas a necessidade de variações e as contusões fizeram com que começasse a Copa no 4-2-3-1, que vira uma espécie de 4-3-3 com a posse de bola. Também usa o 4-3-2-1.
 
» O estilo de jogo
Uma das virtudes dos times de Tite é a organização. Embora a defesa seja o ponto alto do Brasil na Copa, a construção do time começa pelo meio de campo. Usa muito a saída de jogo pelas laterais.
 
» O treinamento
Tite não é de esconder a escalação, mas a forma de o time jogar, sim. Aqui na Rússia, ainda não fez mistério e tem revelado a equipe. Em contrapartida, comanda treinos secretos com 15 minutos de imagem.
 
» Relacionamento
Tite costuma dizer que é transparente, gosta da conversa olho no olho com seus atletas. Quando muda o time, explica a razão aos envolvidos. O caráter de Tite no relacionamento interpessoal é muito elogiado.
 
» Retaguarda
Detalhista ao extremo, Tite dificilmente permite que os assistentes Cléber Xavier, Sylvinho e o filho Matheus Bachi deixem passar alguma informação relevante sobre os adversários.
 
O time
Alisson; Fagner, Miranda, Thiago Silva e Marcelo (Filipe Luís); Casemiro e Paulinho; Willian, Philippe Coutinho e Neymar; Gabriel Jesus
 
» Defesa sólida
A zaga do Brasil sofreu apenas um gol na fase de grupos. Ainda assim, muito questionado devido ao empurrão de Zuber em Miranda. O setor foi impecável nas vitórias sobre a Costa Rica e a Sérvia.
 
» Cão de guarda
É inegável a importância do volante Casemiro para o funcionamento do setor defensivo. A presença dele à frente da defesa é praticamente um cinto de segurança para os laterais e a dupla de zaga.
 
» Protagonista
Com dois gols e uma assistência, Philippe Coutinho assumiu o papel de maestro do time na fase de grupos. Funcionou como arco, ao deixar o volante Paulinho na cara do gol, e flecha, ao marcar duas vezes.
 
» Repertório
A infiltração de Paulinho na vitória por 2 x 0 sobre a Sérvia mostrou que o Brasil tem variações e não depende apenas do avanço dos seus laterais. Há jogada de meio, como a inversão de Coutinho e Paulinho.
 
» Fora de série
Tite tem Neymar. O craque vem evoluindo ao longo da Copa. Iniciou mal contra a Suíça, melhorou contra a Costa Rica e subiu absurdamente de produção diante da Sérvia. Só não fez gol porque o goleiro impediu.
  
10 ARMAS 
DO MÉXICO
 
O técnico
Juan Carlos Osorio
 
» Tática
Osorio adota o 4-2-3-1, um sistema idêntico ao de Tite, mas não é preso a ele. Tem facilidade para mudar para três zagueiros durante a partida (3-4-3 ou 3-5-2) ou para o 4-4-2, com dois centroavantes.
 
» Estilo de jogo
Osorio é influenciado pela escola inglesa. Trabalhou cinco anos no Manchester City. Foi assistente de Kevin Keegan e Stuart Peace. Gosta que os zagueiros entreguem a bola aos volantes na saída de bola.
 
» Treinamento
Costuma fechar os últimos dois treinos por uma hora para testar todas as variações táticas possíveis sem a presença da imprensa. Na véspera do jogo, ou seja, hoje, coloca em prática o plano de jogo escolhido.
 
» Vestiário
Extremamente participativo, interrompe bastante os treinos para fazer correções e observações na base do rabisco. Explica ao pé da letra na prancheta o que pretende taticamente de cada jogador.
 
» Retaguarda
Dois assistentes foram responsáveis por analisar tudo sobre o Brasil: Luis Pompilio Páez é o Cléber Xavier de Osorio. 
Trabalham juntos desde 2006. Pompilio comandou o México enquanto Osorio esteve suspenso.
 
O time
Ochoa; Álvarez, Salcedo, Héctor Moreno e Gallardo; Herrera e Guardado; Corona, Vela e Lozano; Chicharito
 
» Rodízio
É quase impossível decifrar a escalação do México. Juan Carlos Osorio tem 51 jogos à frente da seleção e 50 formações diferentes. Repetiu pela primeira vez contra a Suécia e perdeu a partida.
 
» Foco no adversário
Juan Carlos Osorio tem 50 formações diferentes à frente do México porque as decisões táticas são tomadas com base nos pontos fracos dos adversários. Uma carta na manga é o versátil Hector Herrera.
 
» Seguro de vida
Guillermo Ochoa é uma espécie de seguro de vida do técnico Juan Carlos Osorio. O goleiro é unanimidade na seleção e entre os torcedores. Em 2014, simplesmente fechou o gol para o Brasil.
 
» Matador
Por incrível que pareça, Chicharito tem mais história na seleção do que Gabriel Jesus e Firmino juntos no Brasil. O maior artilheiro da história do México conta com 50 gols em 104 jogos.
 
» Velocidade
Osorio costuma escalar o México no 4-2-3-1. A velocidade da linha de três armadores que joga atrás de Chicharito é um dos pontos fortes, com Lozano na esquerda, Vela centralizado e Layún na direita. Com www.df.superesportes.com.br 


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