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16/01/2009 00:00:00

Municipios


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Estão presos na Polícia Federal, em Maceió, três dos acusados de fraude eleitoral no último pleito municipal de Branquinha, em favor da atual prefeita Ana Renata Freitas, da presidente da Câmara, Lúcia Leite e de outros vereadores. Eles são acusados de intermediar a "importação" de 631 títulos de cortadores de cana de Alagoas que à época da eleição estavam trabalhando no Espírito Santo e Minas Gerais, mas constam da lista de votantes.
Os acusados são Rubens Juvêncio Ferraz, vulgo Rubão, João Jéferson da Silva e um terceiro de nome Messias. Rubão, que é parente de Lúcia Leite, presidente da Câmara, que recentemente o nomeou Tesoureiro da Casa, seria o receptador dos títulos importados que chegaram de ônibus em fundo falso de malas de viagem. Jéferson, vulgo "Jé" é filho de Lúcia Leite e seria o coordenador da fraude. Até a eleição ele morava em Conceição da Barra (Espírito Santo) onde vive boa parte dos alagoanos que trabalham no corte da cana-de-açúcar. O terceiro preso, conhecido por Messias, é natural do Espírito Santo e seria o aliciador de eleitores. Foi ele quem denunciou a fraude após ser ameaçado por "Jé" por cobrar o dinheiro combinado e não pago.

Um quarto integrante do esquema que teria favorecido a prefeita e vereadores de Branquinha é Ánderson Kleber da Silva, o "Klebinho", filho de Lúcia Leite e vereador mais votado em Conceição da Barra, principal local do aliciamento de eleitores. Klebinho, que também foi presidente da Câmara de Conceição da Barra, mantinha estreita relação de amizade com representantes das usinas da região para contratar cortadores de cana em Alagoas.

O esquema fraudulento já era co-nhecido de muita gente de Branquinha, Murici e União dos Palmares, municípios que também receberam títulos importados. Três dias antes da eleição de 5 de outubro, a coligação "Branquinha Cada Vez Melhor" após receber denúncias da fraude que se prenunciava, denunciou o caso à juíza eleitoral, Aída Cristina Antunes, pedindo que os eleitores levassem documento com foto no dia da votação, para evitar que outras pessoas votassem pelos eleitores que não vieram votar. Mas a juíza fez ouvidos de mercador e ne-nhuma providência foi adotada, o que facilitou a atuação da quadrilha.
Logo após a eleição, a mesma coligação partidária denunciou o caso ao corregedor eleitoral, juiz federal André Granja, à procuradora eleitoral Niedja Kaspary, ao promotor de Murici e à Polícia Federal. Mas o esquema só foi desbaratado depois que o aliciador-chefe temendo ser morto, denunciou o golpe à Polícia Federal, detalhando as ações da organização criminosa.

Na denúncia, constatou-se que entre os eleitores que assinaram a ficha de votação, dois deles eram cortadores de cana e estavam trabalhando em Conceição da Barra no dia da eleição, como consta do livro de ponto fornecido por uma das usinas. São eles Marivaldo Marques da Silva, título nº 023301711767 da 17ª seção eleitoral em Branquinha, e José Édson da Silva Araújo, título nº 0233022181767, da mesma seção eleitoral.
A Polícia Federal tem informações de que a mesma quadrilha também aliciou eleitores em União dos Palmares e Murici, num total superior a mil títulos. Espera-se que a Corregedoria Eleitoral tome as providências cabíveis.

com extraalagoas // fernando araújo



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