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Economia
29/06/2018 11:00:00

Empresas pedem ajuda ao BNDES para diminuir crise no setor de aves e suínos


Empresas pedem ajuda ao BNDES para diminuir crise no setor de aves e suínos

Nesta quinta-feira, representantes do setor de aves e suínos baterão na porta do BNDES em busca de alternativas para minimizar os problemas enfrentados nos últimos meses pela cadeia de proteína animal. Dirigentes da Associação Brasileira da Proteína Animal (ABPA) vão se encontrar no início da tarde com Dyogo Oliveira, presidente da instituição financeira. A entidade representa a cadeia dos suínos, aves, ovos e matéria genética.

Na pauta do encontro, conta Ricardo Santin, vice-presidente da ABPA, está a proposta para que o BNDES abra uma linha de crédito específica para o setor com prazos e taxas especiais. “Essa reunião é para pedir ajuda ao banco e conseguir enfrentar as dificuldades de forma sustentável”, diz.

A ideia da ABPA é que a linha de crédito seja oferecida a toda a cadeia de aves e suínos, tanto para cooperativas quanto para as grandes empresas. Santin sabe que a inclusão de gigantes, como BRF e JBS, pode receber críticas por terem condições de negociar outras fontes de crédito em boas condições, mas o diretor da entidade reage: “Os empregos deles não valem? O imposto e os recursos que essas empresas trazem para o Brasil não valem? Por que o tratamento teria de ser diferenciado?”

 

Apesar do momento de fragilidade do setor, Pedro Parente, novo presidente da BRF, não vai participar do encontro com Dyogo Oliveira, já que acabou de assumir o cargo e não faz parte da diretoria da ABPA. Ao lado da JBS, a empresa tem sido uma das mais penalizadas desde que o setor começou a enfrentar dificuldades que começaram a se agravar em março do ano passado com a Operação Carne Fraca, que investigou a adulteração na certificação de produtos. Foi o suficiente para acender o sinal de alerta tanto no mercado interno quanto entre os compradores estrangeiros, que passaram a desconfiar da qualidade das mercadorias nacionais.

Depois disso, a PF realizou mais duas fases de investigação, batizadas de Antídoto e Trapaça. Um dos efeitos foi a queda de Abilio Diniz da presidência do Conselho de Administração da BRF. Além dos problemas para vender seus produtos no exterior, a companhia tem sofrido com a desconfiança dos investidores. BRF, que perdeu R$ 14,681 bilhões de valor de mercado na bolsa desde o início do ano, e JBS, que encolheu R$ 1,276 bilhão (dados da Economática), foram procuradas, mas não quiseram comentar o momento do setor.

De lá para cá, o setor de proteína animal tem sido pressionado de todos os lados. Tão forte quanto o golpe sofrido pelas investigações policiais e sanitárias vêm sendo as dificuldades criadas pelos principais países compradores dos produtos brasileiros.

Em novembro passado, o governo russo embargou a carne suína brasileira – o país é o principal comprador internacional desse tipo de proteína, com 40% do volume. A justificativa foi a presença de resíduos de ractopamina, um estimulador do crescimento dos animais.

O efeito da ação da Rússia foi imediato. No acumulado deste ano (de janeiro a maio), segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Brasil exportou 240 mil toneladas de carne suína, gerando vendas de US$ 486 milhões. O volume foi 10,6% inferior em relação ao mesmo período do ano anterior, com queda de 23,8% na receita.

“A expectativa é de que aquele mercado seja reaberto para o produto brasileiro, mas sem dúvida o caso dos suínos é o pior entre as proteínas animais exportadas por conta da dependência dos russos”, avalia César de Castro Alves, analista da MB Agro.


Geladeira

 

Outra decisão internacional de grande impacto veio da União Europeia, que em abril decidiu descredenciar 20 frigoríficos brasileiros. Como justificativa do bloco, foram apontadas “deficiências detectadas no sistema oficial de controle brasileiro”. “Trata-se de um mercado muito relevante. Só em 2017 foram exportados US$ 774 milhões em aves para a UE. Aquele é o terceiro maior comprador brasileiro, com o detalhe que o país exporta cortes nobres, mais caros’, explica Victor Ayres, assessor técnico de aves e suínos da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). Com agências



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