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Economia
25/06/2018 20:35:00

Arábia Saudita diz que oferta de petróleo deve ter alta


Arábia Saudita diz que oferta de petróleo deve ter alta
Ilustração

VIENA (Reuters) - A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) acertou neste sábado um acordo com a Rússia e outros países aliados produtores da commodity para elevar a produção a partir de julho e a Arábia Saudita afirmou que o aumento da oferta será “mensurável”.

A Opep tinha anunciado na sexta-feira um acordo apenas com membros da entidade e também não revelou detalhes sobre metas de produção. Neste sábado, países que não integram o grupo concordaram em participar do acordo, mas números concretos sobre ele não foram revelados em um comunicado divulgado após as discussões em Viena.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estava entre os que estavam interessados em saber em quanto mais a produção da Opep seria elevada. “Espero que a Opep aumente a produção substancialmente. Precisamos manter os preços baixos!”, escreveu Trump no Twitter após o anúncio da Opep na sexta-feira.

EUA, China e Índia querem que os produtores de petróleo elevem a produção para evitar um déficit que poderia afetar o crescimento econômico global.

O ministro saudita da Energia, Khalid al-Falih, afirmou que Opep e outros países que não fazem parte do grupo vão elevar a produção em 1 milhão de barris por dia nos próximos meses, o equivalente a 1 por cento da oferta global. A maior exportadora global, Arábia Saudita, vai ampliar a produção em centenas de milhares de barris, afirmou o ministro, comentando que o número exato será decidido posteriormente.

O ministro da Energia da Rússia, Alexander Novak, afirmou que seu país vai elevar a produção em 200 mil barris diários no segundo semestre deste ano.

Questionado em que medida a decisão de aumento da produção deve-se à pressão de Trump, Novak respondeu: “É óbvio que não estamos sendo guiados por tuítes e que baseamos nossas ações em análises profundas do mercado.”

DESENTENDIMENTO ENTRE IRÃ E ARÁBIA SAUDITA

O Irã, terceiro maior produtor de petróleo da Opep, exigia que a Opep rejeitasse pedidos de Trump para um aumento da oferta, argumentando que foi o presidente dos EUA quem contribuiu para a recente alta nos preços ao impor sanções contra o Irã e a Venezuela, outro grande exportador da commodity.

Trump lançou novas sanções contra o Irã em maio e observadores do mercado esperam que a produção do país caia em um terço até o final deste ano. Isso significa que o país tem pouco a ganhar com um acordo para aumento de produção, diferente do que ocorre com a Arábia Saudita.

O ministro do Petróleo do Irã, Bijan Zanganeh, afirmou que o aumento real pode ser de apenas 500 mil barris por dia porque a Arábia Saudita não terá permissão para produzir mais para compensar a Venezuela, onde a produção despencou nos últimos meses.

“Cada país que tem produzido menos (que sua cota) pode produzir mais. Aqueles que não podem, não vão... Isso significa que a Arábia Saudita pode aumentar sua produção em menos que 100 mil barris diários”, disse Zanganeh à Argus Media.

Mas Falih afirmou que as realocações de cota não precisam ser restritas, o que significa que a Arábia Saudita quer preencher as diferenças de produção de outros países.

“Alguns dos países...não vão poder produzir, então, outros vão. E isso significa que haverá uma realocação indireta”, disse Falih.

A Opep e seus aliados têm desde o ano passado promovido um pacto para reduzir produção em 1,8 milhão de barris diários. A medida tem ajudado a reequilibrar o mercado nos últimos 18 meses e elevado os preços do petróleo para cerca de 75 dólares o barril ante 27 dólares em 2016.

Mas problemas de produção na Venezuela, Líbia e Angola efetivamente levaram os cortes de produção para cerca de 2,8 milhões de barris nos últimos meses.

 

Falih afirmou que o mundo pode enfrentar um déficit de oferta de até 1,8 milhão de barris por dia no segundo semestre deste ano.

Os EUA, que rivaliza com Rússia e Arábia Saudita, a liderança de maior produtor de petróleo do mundo, não está participando do acordo de oferta.

Por Ahmad Ghaddar, Alex Lawler e Vladimir Soldatkin - Com reuters



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