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Polícia
14/06/2018 16:03:00

'Temo pela minha vida', diz funcionário da OAB baleado por guarnição do BPTran


'Temo pela minha vida', diz funcionário da OAB baleado por guarnição do BPTran
Geovanio diz temer por sua vidade

O funcionário da OAB [Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas], José Geovanio da Graça, atingido por um tiro na perna por uma guarnição do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), prestou depoimento na manhã desta quinta-feira (14) no inquérito policial militar que apura as circunstâncias da abordagem, ocorrida no começo do mês, em frente ao Fórum de Maceió. Geovanio disse temer pela vida, negou estar com uma faca no dia do episódio e diz que sua maior vontade, agora, é estar recuperado.

O depoimento dele aconteceu na sede do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), marcado pela comissão da Corregedoria Geral da Polícia Militar. O funcionário estava acompanhado do advogado Fernando Guerra, que o defende deste fato.

Geovanio chegou ao Bope andando com bastante dificuldade, usando inclusive um moletas. Ele explicou que trabalha no estacionamento do fórum desde quando era flanelinha e passou a ser funcionário da OAB há 11 anos, sempre atuando no mesmo lugar. "Quero me recuperar para voltar a trabalhar. A OAB está me dando suporte. Nunca teve uma abordagem ali daquela maneira", afirmou.

 

Geovanio estava acompanhado do advogado Fernando Guerra, da OAB

FOTO: DÁRCIO MONTEIRO

Ele negou que estava escondendo uma faca, como alegou o soldado Vera Cruz, do BPTran, que confessou ter sido o autor do disparo que atingiu o funcionário. "Temo pela minha vida, mas vou fazer o quê? Tenho que seguir minha vida e tentar me recuperar e uma família com filhos para sustentar"

 

Geovanio narrou como se deu a abordagem da polícia. "Perguntei se ele iria multar e os policiais disseram que já haviam multado. A polícia não permitiu tirar o carro da advogada, que estava estacionado e, neste momento, um deles apontou a arma e me chamou de vagabundo. Eu retruquei dizendo que era um trabalhador e funcionário da OAB. Os policiais também trataram mal a dona do carro. Eu disse que não precisava aquilo e nós nos exaltamos, gerando aquela confusão toda", relatou.

Ele relatou que em nenhum momento recebeu voz de prisão dos integrantes da guarnição e garantiu que, se tivesse recebido, tentaria não se exaltar. "A advogada que estava a menos de um metro da gente ficou pedindo o tempo todo para que tivéssemos calma. Quando ele me agrediu, tentei me defender, saí para chamar o policial e fui atingido", contou.

 

Geovanio caminha com dificuldade após levar um tiro na perna durante abordagem

FOTO: DÁRCIO MONTEIRO

O advogado Fernando Guerra explicou que, como assistente de acusação, vai atuar na defesa dos interesses da vítima e para verificar a responsabilização dos agentes de segurança, autores do fato. "Estamos solicitando diligências às autoridades policiais, documentos junto aos órgãos de saúde que o atenderem após o disparo, filmagens, tudo para a boa condução dos procedimentos policiais e para que, posteriormente, a ação penal possa ter um embasamento legal", esclarece. Com gazetaweb

 

Ele disse desconhecer a informação de que Geovanio não teria habilitação, documento obrigatório para quem dirige veículos, inclusive aos manobristas. Disse apenas ter conhecimento da investigação do Conseg, que teria, segundo ele, competência para apurar as infrações cometidas pelos agentes públicos do Estado.

"O Geovanio é funcionário da OAB e não é manobrista. Cuida do estacionamento, apenas. A entidade já tomou as providências, comunicou os fatos ao Conseg, que está apurando também e o procedimento está sendo seguido conforme a lei, que é o que a entidade quer e a sociedade espera", comentou o advogado.



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