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06/01/2009 00:00:00

Saúde


Saúde

O que deveria ser modelo, na verdade transformou-se no caos. A denúncia vem do Hospital Universitário (HU) – denominado hospital-escola- onde a escassez de recurso humano tem fragilizado a assistência nos setores da maternidade e pediatria, conforme os profissionais. No momento, aproximadamente 70 crianças estão distribuídas entre a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal (para casos graves); a Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) (para as crianças mais ou menos recuperadas); a enfermaria pediátrica e o alojamento conjunto (onde ficam as que nascem bem). Essa é a afirmação do médico pediatra João Lourival que, revoltado, diz viver em meio a uma guerra insolucionável que se estende há praticamente três meses.

A situação é tão precária, diz o médico, que ele tem de fazer opção para atendimento. “Tenho de ver o que é prioridade. Agora à noite mesmo chegou uma parturiente e eu disse que não descia porque tenho duas crianças em estado extremamente grave e que podem ter parada cardíaca a qualquer momento. E se morrerem terei de responder. Então pedi a médica residente que descesse para atender a gestante, o que deveria ser com meu acompanhamento, e qualquer coisa gritasse”, declara Lourival.

Para ele, o sentimento de toda a equipe é de muita angústia ‘e tudo isso pode ser considerado crime ou omissão’.

“Vivemos em uma guerra diária e não sabemos quem promoverá a tranquilidade. Se eu desço para atender a gestante que chega para o parto e tiver uma intercorrência, a criança fica sem assistência médica. Isso não pode continuar”, ressalta o pediatra.

A situação depõe, de acordo com outro médico - que preferiu ter a identidade resguardada -contra a legislação da Medicina que orienta um profissional para cada 10 leitos. Lá também deveria ter - de acordo com o médico João Lourival - um aparelho para medir os batimentos cardíacos e outro de oxigenação por leito e, na atual situação, só existem dois para a totalidade.

“O problema não é de superlotação é de falta de profissional. Enquanto isso o médico fica sobrecarregado e as mães e as crianças desassistidas e correndo risco de morte”, diz ele.

O médico também garante que tanto o Ministério Público (MP) quanto o Conselho Regional de Medicina (CRM) já foram informados ‘mas até agora nenhuma providência foi tomada”.

O Hospital Universitário é o que serve de base para os alunos do curso de Medicina da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) onde estes desenvolvem suas primeiras experiências com acompanhamento de médicos professores.

A produção da Gazetaweb entrou em contato com o telefone particular do diretor do Hospital Universitário, o médico Paulo Teixeira, mas foi informada por familiares de que ele estaria dormindo e que se pronunciaria a respeito nesta terça-feira.


com gazetaweb // dulce melo



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