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Política
08/06/2018 12:39:00

Confiante de que Lula vence eleições, PT lança pré-candidatura em Belo Horizonte


Confiante de que Lula vence eleições, PT lança pré-candidatura em Belo Horizonte
Ex-presidente Lula discursando

reprodução

om o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva preso há 2 meses, o PT lança nesta sexta-feira (8) a pré-candidatura do petista à Presidência da República convicto de uma vitória nas urnas. "Nós vamos fazer campanha com ele, mesmo preso. E ele vai ganhar", afirmou a senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT, no plenário do Senado, nesta quinta-feira (7).

 

Sem autorização para gravar vídeos na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR), a presença de Lula será por meio de uma carta, que deverá ser lida em um jogral. O evento está previsto para 18h na cidade de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais.

 

O estado que é domicílio eleitoral da ex-presidente Dilma Rousseff foi um dos determinantes para ela ganhar as eleições de 2014. É em Minas também onde está Márcio Lacerda, pré candidato do PSB ao Palácio da Liberdade. O partido é decisivo no xadrez eleitoral da esquerda. O apoio nacional dos socialistas é cobiçado tanto por petistas quanto pela candidatura de Ciro Gomes (PDT).

 

Condenado por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá, Lula é considerado inelegível pela Lei da Ficha Limpa. O PT, contudo, mantém a decisão de colocá-lo na disputa. O registro de candidatura será analisado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), onde a tendência é de rejeição.

 

Na avaliação do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), o momento é de articulações e o cenário eleitoral só será definido próximo ao 1º turno. Questionado sobre a estratégia de comunicação de Lula na campanha, o parlamentar fez uma referência à frase dita pelo ex-presidente no dia em que se entregou à Polícia Federal.

"O presidente Lula não precisa fazer campanha. Ele ganha as eleições por uma frase que ele falou. O presidente Lula é uma ideia. (...) O que as pessoas percebem são as ideias que o Lula representa, materializadas na sua pessoa ou representadas por várias pessoas", afirmou Lopes ao HuffPost Brasil.

Sobre a possibilidade de substituição do nome na corrida eleitoral, o deputado afirmou que "qualquer um com apoio de Lula vai para o 2º turno e ganhará as eleições", mas que o ideal é que fosse do PT.

O Lula, de uma maneira ou outra monopoliza o processo eleitoral.Reginaldo Lopes

De acordo com a última pesquisa Datafolha, publicada em 16 de abril, Ciro tem entre 5% e 9% das intenções de voto, a depender do cenário. Luiz Inácio Lula da Silva continua na liderança, entre 30% e 31% das intenções de voto. Possível substituto do petista na corrida eleitoral, o ex-prefeito Fernando Haddadalcança, no máximo, 2%.

 

AFP/GETTY IMAGES
Pré-candidatura de Lula será lançada em Minas Gerais, estado decisivo no xadrez eleitoral da esquerda. O PT busca o apoio nacional do PSB, que irá lançar Márcio Lacerda na disputa pelo governo mineiro.

 

Lula como pacificador do Brasil

Diante da insatisfação popular com o desemprego e alta nos preços e dias após o fim da greve dos caminhoneiros, o PT irá reforçar a ideia de Lula como um salvador do País, destacando sua habilidade de pacificador e feitos do governo petista. "O País entrou em uma crise; com milhões de desempregados, caminha para uma convulsão social", afirmou Reginaldo Lopes.

O argumento foi reforçado em plenário por Gleisi Hoffmann. "Na época de Lula, nós tínhamos paz social; na época de Lula, nós tínhamos desenvolvimento econômico; na época de Lula, nós tínhamos emprego; na época de Lula, nós tínhamos renda (...) na época de Lula, nós tínhamos gasolina barata; na época de Lula, nós tínhamos gás de cozinha barato; nós tínhamos diesel barato", afirmou a senadora.

Apesar de conversas nos bastidores sobre alianças regionais com outras legendas e a possibilidade de um substituto do presidenciável, o discurso oficial do partido é de que não há plano B. "Quero reafirmar aqui a nossa decisão já tomada em várias oportunidades pelo Partido dos Trabalhadores de que Lula será o nosso candidato. Não adiantam os ataques especulativos. O pessoal da imprensa fica inventando nome, dizendo que vamos ter plano B, plano C, qualquer outro aí. Não existe!", disse Gleisi na tribuna.

Entre os nomes citados como possíveis substitutos de Lula, além de Haddad, estão o do ex-governador da Bahia Jaques Wagner, o ex-ministro Celso Amorim, o deputado Patrus Ananias (PT-MG) e o da própria Gleisi.

A fim de ganhar tempo, o registro de candidatura deve ser feito em 15 de agosto, data limite da Justiça Eleitoral. Aliados de Lula defendem que os direitos políticos só podem ser suspensos após o trânsito em julgado, ou seja, quando não couberem mais recursos. A Lei da Ficha Limpa, contudo, prevê a inelegibilidade nos casos de condenação por órgão colegiado, como é o caso do petista.

O PT irá argumentar que candidatos a governador e prefeitos já disputaram em situação semelhante. "A Lei da Ficha Limpa, no seu artigo 26, diz que o candidato, mesmo com questionamento da Justiça Eleitoral por ter sido condenado em segunda instância, pode concorrer às eleições e pode levantar a sua inelegibilidade até a diplomação", afirmou a presidente da legenda.

 

AFP/GETTY IMAGES
"Não adiantam os ataques especulativos. O pessoal da imprensa fica inventando nome, dizendo que vamos ter plano b, plano c, qualquer outro aí. Não existe!

Pré-candidatura é usada em recurso ao STF

Além do impacto político, a pré-candidatura pode ter reflexos no campo jurídico. Ela é usada com argumento para pedir a liberdade de Lula em recurso excepcional apresentado pela defesa do petista na última terça-feira (5) ao STF (Supremo Tribunal Federal) e STJ (Superior Tribunal de Justiça).

De acordo com os advogados, a prisão de Lula poderia trazer "concreto prejuízo ao processo eleitoral", que inclusive já teria sido consumado "com a ausência do requerente a diversos atos políticos", ainda que as condições de elegibilidade sejam de competência da Justiça Eleitoral. O PT tem ficado de fora, por exemplo, das sabatinas com presidenciáveis.

O recurso questiona ainda a prerrogativa do juiz Sérgio Moro para julgar o caso, supostas violações ao direito de defesa e clama pelo princípio da imparcialidade por parte de juiz e procuradores.



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