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Saúde
27/05/2018 16:00:00

As 10 doenças e uma hipótese que são um risco global de saúde, segundo a OMS


As 10 doenças e uma hipótese que são um risco global de saúde, segundo a OMS

bbc brasil

A Organização Mundial da Saúde (OMS) revisou sua lista de doenças prioritárias, como faz periodicamente desde 2015. São doenças que, pela falta de remédios e vacinas para combatê-las, têm potencial de se tornarem epidemias e que serão focadas pelos esforços de pesquisas da organização.

O Plano de Ação 2018 P&D trata das estratégias e planos de contingência para fazer frente à ameaça que representam uma série de enfermidades. O documento identifica dez delas e uma "hipótese" como um risco global.

O vírus mortal Nipah, que tem recentemente causado alarde na Índia, foi incluído na lista. E o vírus Zika, que afeta o Brasil, continua entre as principais preocupações da OMS.

Vírus Nipah

O vírus Nipah se espalha a partir de morcegos frugíferos. A vítima contrai a doença ao comer frutas que tiveram contato com os morcegos ou outros animais que tenham se contaminado assim.

Os sintomas incluem febre, vômito e dores de cabeça, seguidos por inflamação do cérebro.

homens indianos com máscaraDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionPelo menos 10 pessoas morreram em decorrência do surto do vírus Nipah, no estado de Kerala, no sudeste da Índia

Não há vacinas disponíveis para humanos ou animais e a mortalidade chega a 70%.

O vírus recebeu o nome de Nipah em referência à cidade rural de Nipah, na Malásia, onde ele foi identificado pela primeira vez em 1998.

Os primeiros contaminados foram porcos. Mas quase 300 pessoas contraíram a doença a partir do contato com esses animais, sendo que mais de 100 acabaram morrendo.

Vírus Hendra

O vírus Hendra, assim como o Nipah, faz parte da família das chamadas "doenças henipavirais", que têm os morcegos como principais vetores.

O Hendra foi identificado pela primeira vez na Austrália.

A young horseDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionHendra virus has killed horses and humans in Australia

Ele surge em morcegos que comem frutas e pode ser fatal se infectar cavalos e seres humanos. O primeiro registro da doença foi em 1994, num estábulo de Hendra, no subúrbio da cidade de Brisbane, na Austrália.

Desde então, esse vírus causou a morte de mais de 70 cavalos. Quatro das sete pessoas que contraíram a doença morreram.

Anthony FauciDireito de imagemAFP
Image captionMédico explica que a OMS busca estar preparada para o inesperado

Febre hemorrágica da Crimeia-Congo

O vírus causador desta doença provoca surtos graves de febre hemorrágica, com uma taxa de mortalidade de até 40% dos infectados. É uma enfermidade endêmica na África, na zona europeia dos Balcãs, no Oriente Médio e da Ásia.

Homem é vacinado no CongoDireito de imagemAFP
Image captionA febre hemorrágica da Crimea-Congo é endêmica em vários países africanos

Os principais vetores de transmissão ao ser humano são o gado e os carrapatos. Entre humanos, é possível o contágio pelo contato com sangue e outros líquidos corporais dos infectados. Não há vacina para pessoas ou animais.

Vírus ebola

A doença causada pelo ebola é grave e, com frequência, mortal. Ela já gerou diversos alertas sanitários globais - sua taxa de mortalidade gira em torno de 50%.

Técnico mexe em equipamento de laboratórioDireito de imagemAFP
Image captionA OMS estabelece prioridades para desenvolver vacinas para doenças

Os primeiros surtos foram registrados em vilarejos remotos da selva da África Central e Ocidental. O tratamento precoce, combatendo a desidratação do paciente, tem aumentado o número de sobreviventes, mas ela ainda segue como uma grave ameaça.

A higiene e a segurança na forma de enterrar os mortos é a melhor maneira de prevenir contágios em massa, como os que produziram o surto de 2014-2016.

Trabalhadores sanitários retiram um cadáver na LibériaDireito de imagemAFP
Image captionSurtos de ebola aterrorizaram países como a Libéria

Vírus de Marburg

Gera uma doença grave, frequentemente mortal. Uma espécie de morcego atua como seu hospedeiro e o transmite para as pessoas, que podem se contagiar entre si.

MorcegoDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionOs morcegos são os principais transmissores do vírus de Marburg

Os infectados desenvolvem uma febre hemorrágica grave, que tem uma taxa de mortalidade de 50%. Muitos dos sintomas são indistinguíveis do ebola.

A doença de Marburg deve seu nome à cidade alemã de mesmo nome, onde foi registrado o primeiro surto, em 1967, causado por macacos vindos de Uganda. O vírus é endêmico da África Equatorial, e os surtos mais recentes surgiram neste continente.

Febre de Lassa

Essa doença hemorrágica aguda da África Ocidental é causada por um vírus transmitido pelo contato com alimentos ou utensílios contaminados ou pelo excremento de roedores.

Vírus da febre de LassaDireito de imagemSPL
Image captionA Febre de Lassa é uma doença hemorrágica viral

A taxa de mortalidade varia entre 1% e 15%, mas ainda não existe vacina para a febre de Lassa, e, neste mês, foi dado um alerta de que ela está se espalhando rapidamente na Nigéria e já ameaça outros países.

Síndrome respiratória por coronavírus do Oriente Médio

O vírus que provoca o mal foi detectado pela primeira vez em 2012, na Arábia Saudita. É uma doença respiratória cujos sintomas são tosse, febre e dificuldade para respirar.

Geralmente é acompanhada por uma pneumonia. Ocasionalmente, também ocorrem ao mesmo tempo problemas gastrointestinais, como diarreia.

Paciente recebe uma visita na Arábia SauditaDireito de imagemAFP
Image captionA síndrome respiratória por coronavírus apareceu pela primeira vez no Oriente Médio

Segundo os dados da OMS, cerca de 35% dos pacientes não resistem à doença.

Síndrome respiratória aguda grave (SARS, na sigla em inglês)

É uma forma de pneumonia provocada por um vírus identificado pela primeira vez em 2003. Os pacientes têm problemas respiratórios agudos e, nos piores casos, morrem.

O surto inicial ocorreu em 2002, em Cantão, na China, a partir de onde se espalhou para outros países asiáticos e para Toronto, no Canadá. Pouco depois, entrou em remissão, mas a OMS considera ainda haver perigo.

Febre do Vale Rift

Essa doença tem mais incidência entre animais do que entre pessoas.

Os seres humanos são infectados pelo contato com sangue e órgãos de animais. Às vezes, também por picadas de mosquitos. Não há contágio frequente entre humanos.

Gado no QuêniaDireito de imagemAFP
Image captionO comércio de gado infectado ajuda a propagar a febre do vale Rift

A maioria dos casos são leves, mas alguns pacientes desenvolvem uma variante mais grave que surge associada a problemas oculares, meningoencefalite ou febre hemorrágica.

Segundo a OMS, o vírus foi identificado pela primeira vez em 1931 no vale Rift, no Quênia, na África, e, "desde então, foram registrados vários surtos na África Subsaariana".

Mas, com o comércio de gado infectado, a doença já chegou a países como Somália, Egito, Arábia Saudita e Iêmen, causando preocupação "por sua possível propagação para outras zonas da Ásia e da Europa".

Zika

A doença é causada por um vírus transmitido principalmente pelos mosquitos do gênero Aedes aegypti.

Os pacientes têm sintomas como febre moderada, conjuntivite, dores musculares e articulares. Também podem ter dor de cabeça.

Homem com filha com microcefalia no coloDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionHouve muitos casos de microcefalia congênita provocada pelo zika no Brasil

Sabe-se que existe uma relação causal entre o zika e a microcefalia congênita de muitas crianças que foram expostas ao vírus ainda em sua gestação. E, em certos casos, isso é acompanhado por problemas neurológicos.

O zika continua a ter uma especial incidência na América Latina, sobretudo no Brasil.

Doença X

A OMS decidiu incluir a "doença X", como uma espécie de alerta para "a consciência de que um agente patógeno atualmente desconhecido pode causar uma epidemia internacional grave".

A doença X é apenas uma hipótese, e sua inclusão na lista decorre da história de imprevistos e surpresas na medicina.

"A experiência nos ensinou que seremos atingidos por algo que não previmos", diz o médico Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, recordando que esse foi o caso com os vírus da zika e do ebola.



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