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26/05/2018 08:35:00

Polícia Federal vai investigar possibilidade de locaute na greve dos caminhoneiros


Polícia Federal vai investigar possibilidade de locaute na greve dos caminhoneiros

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A Polícia Federal vai investigar a possibilidade de locaute na paralisação dos caminhoneiros, que nesta sexta-feira entrou no quinto dia, apesar do acordo firmado na noite de ontem. Mesmo com a câmara de compensação proposta pelo governo, que manterá, por meio de subvenções bancadas pelo Tesouro, o preço do diesel estável para os distribuidores, o que se constata hoje é a ampliação dos pontos de retenção das estradas e não a redução do movimento, como esperava o governo.

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Polícia Federal em Curitiba: PF investiga se iniciativa teria partido dos padrões, e não dos próprios caminhoneiros© JF Diorio/Estadão PF investiga se iniciativa teria partido dos padrões, e não dos próprios caminhoneiros

 

Locaute é caracterizado quando empresários de um setor contribuem, incentivam ou orientam a paralisação de seus empregados. Ou seja, é uma greve liderada pelos patrões, com o intento de obtenção de benefícios para o setor, o que é proibido por lei. Segundo o Estado apurou, a avaliação do próprio governo é de que o Planalto subestimou a proporção que a mobilização poderia tomar, um erro do sistema de inteligência, que é comandado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Interlocutores diretos do presidente comentaram que, como esta não era a primeira greve de caminhoneiros nos últimos tempos – e, em todas elas o movimento recrudescia ao final de alguns dias – a avaliação era de que não haveria dificuldade em chegar a um acordo rapidamente.

A possibilidade de locaute começou a ser pensada na terça-feira, quando a paralisação ganhou dimensão nacional. O quadro foi agravado, e muito, a partir da quarta-feira.

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Embora o governo reconheça que há, sim, uma mobilização fortíssima dos caminhoneiros autônomos, que representam mais da metade dos trabalhadores da área, acreditam também que a paralisação só chegou ao ponto em que está por ter apoio do empresariado.

O governo reconhece que a gravidade da situação subiu alguns andares neste momento e a tensão aumenta no Planalto. No domingo passado, quando foram realizadas as primeiras reuniões com o presidente Michel Temer, no Palácio do Jaburu, nem ele nem seus ministros imaginavam que a situação pudesse chegar onde chegou, com tendência de agravamento ainda maior, sem precedentes no País.

Por enquanto, todos no governo estão cautelosos e falam apenas em "indícios", "possibilidades" e não querem fazer acusações diretas. Sabem que também é grande a mobilização dos caminhoneiros autônomos. E já há outros segmentos aderindo aos protestos, por conta do preço da gasolina.



Mas, segundo apurou o Estado, o governo está convencido de que o dedo dos patrões levou o movimento a este ponto e isso mudou o perfil da greve, que começa a dar sinais de que pode ficar fora de controle. É crescente o problema de desabastecimento no País.

O fato de os pontos de paralisação terem aumentado após o anúncio do acordo na noite de ontem, sinaliza, segundo fontes do Planalto, que o movimento acredita continuar contando com apoio da população e que conta com a adesão de outras categorias nos protestos, como taxistas, motoristas de aplicativo e motoboys.

Por isso também aumenta a preocupação, no interior do governo. O temor é que, se houver essa adesão explícita de outro segmento da população, já que uma insatisfação enorme com o reajuste diários dos demais combustíveis também, o problema saia do controle.

Segurança. O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, reconheceu que há dados que apontam a possibilidade de locaute. Mas, não quis entrar em detalhes sobre quais informações teriam para fazer tal avaliação.

Segundo ele, o governo sabe que existem o que chama de "oportunistas" que estão participando dos movimentos e temem que a situação fuja do controle e possa levar também a população às ruas, já que o acordo atende apenas a questão do óleo diesel – deixando de lado a gasolina, que está com seu preço liberado, atingindo níveis abusivos em vários locais.

Já o ministro-chefe do GSI, general Sérgio Etchegoyen, não quis falar sobre a possibilidade do locaute.



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