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O ex-secretário de Saúde de Mata Grande, Gabriel Brandão, disse em delação premiada ao Ministério Público Estadual (MPE/AL), que retirava R$ 150 mil por mês dos recursos públicos da Prefeitura e repassava aos membros da Família Brandão, que administrou a cidade por dois mandatos seguidos – entre 2009 e 2016, quando Jacob Brandão (PP), primo de Gabriel, foi prefeito.
A informação veio à tona em reportagem do programa Fantástico, da TV Globo, exibida neste domingo (6), na qual a afirmação foi feita pelo próprio Gabriel Brandão em delação premiada ao MPE/AL.
De acordo com o MPE, mais de R$ 2 milhões teriam sido desviados dos cofres públicos num esquema criminoso de compras fraudulentas de medicamentos.
“Essa quantia era dividida entre o prefeito, o responsável pela empresa e alguns intermediários”, ressaltou o promotor Carlos Davi Lopes Correia Lima, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPE/AL.
Gabriel Brandão continuou no cargo de secretário de Saúde na gestão de Erivaldo Mandu em 2017, sendo exonerado somente em agosto.
Investigações e pedido de prisão
No ano passado, Gabriel Brandão foi considerado foragido da Justiça por não ter sido localizado na manhã do dia 1º de novembro, quando foi realizada a quarta fase da Operação Sepse, deflagrada pelo Gaeco do MPE/AL.
As investigações do Ministério Público, que começaram em março de 2017, apontaram que Gabriel Brandão, que é primo do ex-prefeito de Mata Grande, Jacob Brandão, participava ativamente de um esquema de suposta compra de medicamentos, por meio de notas fiscais fraudulentas.
Ainda segundo o MPE/AL, apesar da deflagração da Operação Sepse, que resultou na prisão de outros envolvidos, Gabriel Brandão continuou participando do esquema de desvio de verbas públicas.
O que diz a defesa do ex-prefeito
Em nota enviada ao programa Fantástico, a defesa do ex-prefeito Jacob Brandão e do irmão dele, o ex-vereador Júlio Brandão, ambos foragidos, afirmou que as acusações são inteiramente baseadas em delação premiada, formulada por inimigos políticos da antiga gestão municipal de Mata Grande.
“Tais delações são viciadas, pois não têm o compromisso de revelar a verdade, mas apenas a finalidade de evitar a prisão preventiva de pessoas que estão sendo investigadas pelo Ministério Público (...). Ao longo do processo criminal, ficará demonstrada a inocência dos acusados”, diz a nota da defesa dos irmãos Brandão.
*Redação Alagoas Alerta com Correio Notícias
