28/03/2024 23:18:43

27/11/2008 00:00:00

Saúde


Saúde

Em reunião extraordinária, na noite desta quarta-feira (26), os médicos neurocirurgiões do Hospital Geral do Estado (HGE) decidiram paralisar as atividades a partir do próximo dia 03 de dezembro. A categoria reivindica melhorias nas condições de trabalho, como aquisição do instrumental básico de neurocirurgia e contratualização dos médicos, que estão atualmente sem nenhum vínculo legal com o Estado.

Segundo Fabrício Avelino, coordenador de Neurocirurgia do HGE, a transferência da Unidade de Emergência para o novo hospital ampliou em três vezes o número de atendimentos. O médico revela que, apesar de ter sua capacidade ampliada, o hospital não adquiriu novos equipamentos e sofre com o sucateamento do antigo material. “Para se ter uma idéia de como o nosso trabalho é prejudicado pela falta de estrutura básica, nós temos que utilizar uma furadeira de uso doméstico para realizar cirurgias. Isso quando não temos que disputá-la com os ortopedistas do hospital”, disse.

Outro problema enfrentado pela categoria, segundo o coordenador, é a falta de material humano, apenas um médico trabalha por plantão, quando o recomendado seria, no mínimo, dois. Avelino revela que Alagoas conta com 10 especialistas para atender a todo o estado e que esse número não supre as necessidades. “O único médico plantonista tem de dividir seu tempo entre cirurgias, muitas vezes complicadas, e atendimentos a pacientes. Além disso, na hora da operação , o paciente conta com o médico e um anestesista. Não temos sequer um instrumentador”, observou.

A categoria cobra ainda a criação de um espaço para ‘eletivos’, que serviria para abrigar os pacientes que ficam meses à espera de diagnóstico. Segundo o representante dos neurocirurgiões, o hospital não tem estrutura para atender casos de fratura na coluna, aneurismas e tumores cerebrais. “Com a criação desse espaço, nós poderemos evitar muitas mortes e, mais que isso, que muitos deixem o HGE com algum tipo de seqüela”, afirmou.

Desde dezembro de 2007, o Estado não conta oficialmente com uma equipe de neurocirurgiões. A classe pediu demissão coletiva em dezembro de 2007, fundou a Cooperativa dos Neurocirurgiões de Alagoas e trabalha atualmente sob o regime de contratualização precária. Há um mês foi encaminhado ao Ministério Público Estadua (MPE)l, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e ao Conselho Regional de Medicina (CRM) um documento no qual informa a precariedade enfrentada.

Ao tomar conhecimento da situação, a representante da Controladoria Geral do Estado, Micheline Barros, cobrou, à época, medidas da Sesau, que não foram atendidas até o momento. O coordenador dos especialistas no HGE, Fabrício Avelino, atribui parte dos problemas enfrentados ao que ele classificou como ‘disputa visível entre a direção do hospital e a Secretaria de Saúde de Alagoas’.

Para o presidente do Sindicato dos Médicos do Estado, Wellington Galvão, o Estado de fato não cumpre os acordos de melhoria nas condições de trabalho e aquisição de material. Ele explica que, embora o Sinmed não esteja engajado na causa dos neurocirurgiões, o sindicato apóia e espera que o impasse seja resolvido o mais breve”, concluiu.

A reportagem da Gazetaweb tentou falar com a assessoria e com o secretário estadual de saúde, André Valente, mas os telefones estavam desligados.

com gazetaweb // douglas lopes e eduardo almeida



Enquete
Se fosse fosse gestor, o que você faria em União dos Palmares: um campo de futebol ou a barragem do rio para que não falte agua na cidade?
Total de votos: 94
Notícias Agora
Google News