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21/11/2008 00:00:00

Especiais


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E lá foi a noiva, toda de branco. Nos contos de fadas, é aí que a história termina: "E foram felizes para sempre". Ninguém mencionou que o marido ia chegar bêbado em casa, que não colocaria o lixo para fora e que deixaria a toalha molhada em cima da cama. Você não sabia que ele roncava quando fica muito cansado, que ele não cogita dividir o controle remoto ou que ele não quer ter filhos nem tão cedo. Resultado: você casou pensando que ele era um príncipe, mas, pouco tempo depois, veio aquela pulga atrás da orelha, sussurrando no seu ouvido que o seu marido está mais para sapo - e ele não é nada daquilo que você pensava.

No futebol, há um jargão que diz: "Treino é treino, jogo é jogo". No relacionamento amoroso também é assim: namoro é namoro, casamento é muito diferente. "Morar debaixo do mesmo teto que uma outra pessoa não é mole", diz a arquiteta Fátima T., de 31 anos, que ficou casada por dois anos. "Mas poderia ter separado no terceiro mês", conta ela, que logo sacou que o casamento não daria certo. "Meu ex-marido foi um namorado excelente: carinhoso, apaixonado, divertido. Mas, depois que casamos, vi que ele era um péssimo marido: irresponsável, folgado e acomodado. Eu achava que as coisas entre nós podiam voltar a ser como eram na época do namoro, que eu tinha que tentar mais, me dedicar. Até que chegou uma hora em que a ficha de que ele não era o homem certo caiu e pedi a separação", resume.

A separação também foi realidade na vida de Flávia e Gabriel. Eles casaram depois de seis meses de namoro, totalmente apaixonados. Antes do casamento, só namoravam uma vez por mês: estavam separados por algumas cidades do Brasil. "Para ficarmos juntos, tivemos que casar. Eu me mudei para o Rio e começamos a morar juntos", conta Flávia, fisioterapeuta, que - no fundo, no fundo - sabia que aquele casamento era uma grande aposta. "Desde o começo, sabia que ele podia não ser o homem certo, porque a gente não se conhecia tão bem assim. Mas não teve outro jeito. Não me arrependo de ter casado", garante ela, que se separou recentemente após se dar conta de que seu estilo de vida não era compatível com o do ex-marido. "Ele dormia tarde, eu acordava cedo. Eu queria ir à praia, ele queria ir para o bar. Eu queria filhos, e ele tinha horror de criança", enumera.

Vivendo uma ilusão

Antes do casório, ele era de um jeito. Depois do casamento (parece mágica!), ele virou outro. Já viu esse filme? A professora Marília P. está vendo. "Antes de a gente se casar, ele me prometeu mundos e fundos. O principal era um bebê, que ele dizia desejar tanto quanto eu. Mas agora ele está mostrando quem realmente é, adiando o nosso primeiro filho para depois", reclama Marília, que tem 33 anos e acha que casou com o homem errado. "Tudo é desculpa para adiar um filho: viagens, grana... E eu não posso ficar com um cara que não tem a família como prioridade", diz ela, que se sente enganada e não sabe se o casamento tem futuro.

De acordo com a psicóloga especialista em relacionamento amoroso Mariana Mattos, em primeiro lugar, temos que pensar na questão da idealização. "É comum, no começo de um relacionamento ou de um casamento, idealizar o parceiro. Aos poucos, no dia-a-dia, é que as pessoas vão se conhecendo, percebendo os hábitos e até as manias uma da outra", afirma a psicóloga, lembrando que é natural que diferenças apareçam, uma vez que o marido veio de uma família e teve determinada educação, enquanto a mulher teve outra, cada qual com suas particularidades.

Para ela, depois do casamento, é preciso haver um ajuste em que um terceiro jeito de viver será estabelecido: "Não é o jeito de um, nem de outro, mas uma mescla dos dois", explica Mariana, salientando que o parceiro pode não ser exatamente como se esperava, mas mesmo assim, ter um jeito que agrada. "Vale a pena tentar ver o que está errado e o que pode dar certo. Mas, se não houver entendimento possível, o caminho pode ser a separação", afirma.

Hoje em dia, é comum que casais de namorados morem juntos, no que chamamos de test-drive para o casamento. "Essa experiência, sem dúvida, dá mais dados a respeito de um e de outro para saber se a vida a dois é possível", finaliza.



com click21 // rosana F.  



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