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Alagoas Violência
27/03/2018 17:06:00

Caso Boiadeiro: advogada diz que PC não ouviu testemunha ocular


Caso Boiadeiro: advogada diz que PC não ouviu testemunha ocular

Após mais de quatro meses do assassinato do vereador de Batalha, Adelmo Rodrigues de Melo, o Neguinho Boiadeiro (PSD), a Polícia Civil (PC) não teria ouvido testemunha ocular, que poderia reconhecer o autor dos disparos. Quem afirma essa falha na investigação é a advogada Mabylla Loriato.

Representando a família Boiadeiro, ela, em entrevista para à reportagem Tribuna Independente, revelou que a própria testemunha – cujo nome não foi revelado –, procurou a polícia para dar seu testemunho, mas até hoje isso não ocorreu.

Além disso, essa testemunha teria sido ameaçada pela esposa do vereador Sandro Pinto (PMN), Cláudia Pinto, e pelo cunhado do parlamentar, Bartolomeu Santos Souza, conhecido como Bartô.

“Uma testemunha que presenciou o assassinato e reconhece o pistoleiro até hoje não foi ouvida pela polícia. A esposa do Sandro Pinto e o Bartô a procuraram e ameaçaram para que ela negasse à polícia ser o Maikel dos Santos, o pistoleiro que atirou. A testemunha ligou para o delegado Cícero Lima e contou tudo. O delegado disse que iria ouvi-la no dia seguinte, mas isso não ocorreu”, relata Mabylla.

A advogada criticou a soltura dos suspeitos do assassinato de Neguinho Boiadeiro. São eles: o vereador Sandro Pinto, seu sobrinho Rafael Pinto e Maikel dos Santos. Eles foram presos temporariamente, no final de fevereiro, como prováveis autores do crime. Segundo uma fonte que não quis se identificar, todos foram liberados no domingo (25).

Em nota a Polícia Civil informou que os delegados da Comissão responsável pelo inquérito, disseram que as investigações continuam, e que nesta fase ele transcorrerá em segredo e o que for dito pode “atrapalhar”.

Para Mabylla, as ameaças à vida da testemunha são motivos mais que suficientes para a prorrogação da prisão temporária dos suspeitos.

“Obstrução de provas e ameaça à testemunha justifica a prorrogação da prisão. E o delegado Cícero Lima simplesmente não ouviu a testemunha e não comunicou o fato ao promotor. Ela contou tudo ao delegado por telefone. Hoje [segunda-feira, 26], estive conversando com o promotor Luiz Vasconcelos. Ele disse que não tinha elementos novos que justificasse a prisão temporária porque esse instrumento é para a investigação”.

Polícia não pediu prisão preventiva

Ainda de acordo com a advogada Mabylla Loriato, a polícia lhe garantiu ter provas para pedir a prisão preventiva, mas que isso só seria feito após a conclusão do inquérito.

“Não estou entendendo o porquê de a polícia estar agindo dessa forma, tendo conhecimento de que há uma testemunha ameaçada. O que a família sente é insegurança porque mataram Neguinho em plena luz do dia da maneira como foi feita”, comenta.

A advogada cita que a própria polícia ligou os suspeitos ao assassinato, durante entrevista coletiva que apresentou os nomes de Sandro Pinto, Rafael Pinto e Maikel dos Santos.

“Na coletiva a polícia disse ter as coordenadas e escutas telefônicas que comprovavam que eram eles os responsáveis e agora estão saindo impunes e a sensação que passa é de impunidade. Nós queremos que a Justiça faça o certo, tome a atitude correta sem olhar a quem. Não é porque ele é vereador que pode matar e ficar em casa”.

Durante uma coletiva realizada no final de fevereiro, a Polícia Civil disse que o vereador Sandro Pinto, seu sobrinho, Rafael Pinto e Maikel dos Santos estariam envolvidos no assassinato de Neguinho Boiadeiro.  O delegado-geral da Polícia Civil de Alagoas, Paulo Cerqueira, informou no dia que o primeiro passo foi os levantamentos com filmagens de câmeras de segurança e testemunhas. O que a polícia ainda não diz é qual a participação de cada um.

Fonte: Tribuna Independente / Carlos Victor Costa



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