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Política
13/03/2018 13:08:00

Escolha do voto: o que vai mudar de 2014 para 2018?


Escolha do voto: o que vai mudar de 2014 para 2018?
Ilustração

Há sete meses para a votação do primeiro turno das eleições de 2018, o Brasil enfrenta o peso dos processos políticos dos últimos quatro anos. Mesmo com as candidaturas ainda não oficializadas e outras nem definidas, muitos querem saber quais os assuntos pesarão aos eleitores diante da escolha do voto.

Em 2014 as eleições ficaram marcada pela polarização entre PT (Dilma) e PSDB (Aécio Neves) e pelo congresso  mais conservador eleito desde 1964. E esse ano? Será que o Impeachment, Michel Temer, Lava-jato, reforma trabalhista, escândalos de corrupção, interversão militar no Rio de Janeiro e outros temas presentes no Brasil desde as eleições de 2014 motivarão os eleitores na hora de escolher seus candidatos em 2018?

Para o doutorando e Mestre em Ciência Política na Universidade de São Paulo Vinicius S. M. do Valle, os eleitores continuarão escolhendo seus candidatos com base nos seus interesses pessoais, mas as mudanças na conjuntura política dos últimos anos podem ter mudado esses interesses desde as eleições de 2014.”Em 2014 a crise política estava em seu início e havia uma pré-disposição para a eleição dos políticos profissionais. Agora em 2018, o sentimento é de que o país desmoronou e há um cenário favorável para candidaturas entendidas pelo eleitor como novas ou fora do sistema. Além disso, há uma maior aceitação de discursos radicais, que prometam ao mesmo tempo, mudança e ordem”, afirma Valle.

Segundo pesquisa do Instituto Paraná feita no fim do ano passado, 63,2% dos entrevistados vão escolher um candidato que “ainda não tenha exercido nenhum cargo público”. Outros 16,9% preferem escolher entre aqueles que são ou já foram deputados federais enquanto 7,6% quer alguém com experiência política, mas que estará pela primeira vez na Câmara.

O produtor gráfico Luiz Fábio Pereira, acredita que os brasileiros vão acabar votando em candidatos menos piores (na opinião deles) do que em seus próprios candidatos. “Eu até gostaria de votar em quem acredito que pense igual a mim, mas nesse momento do Brasil precisamos pensar estrategicamente. Talvez esses candidatos nem cheguem perto de ganhar, por isso prefiro votar no menos pior pra mim nesse momento, mas que sei que tem chances de ganhar. Estou sem muitas esperanças”, diz. O pensamento é compartilhado pela gestora de projetos Cláudia Lucenni. “Passamos por tantos transtornos políticos ultimamente que estamos desacreditados. É tanto medo que as coisas continuem como estão ou que piorem, que acredito que vamos acabar votando em quem não vai afundar mais ainda o Brasil, seja ele velho ou novo político. Sei que vou acabar tendo que votar em alguém que não gosto tanto por causa disso”, completa ela.

Sérgio Praça, professor e pesquisador da Escola de Ciências Sociais do CPDOC (FGV-RJ), imagina que acorrupção não será o grande tema que diferenciará a eleição de 2014 para a de hoje.”Como a Lava Jato atingiu todos os partidos grandes, talvez o tema da corrupção não seja o mais importante para a eleição. O debate político foi muito intenso. Nunca vi tanta gente falando de política como nos últimos meses. Com certeza, no primeiro turno a campanha vai ser mais diversificada e as pessoas se sentirão mais representadas e estarão mais engajadas, mas como todos os partidos foram atingidos pelas investigações não se poderá usar dessa argumento para comparar candidatos e partidos. Muitos entendem que a corrupção é uma tema que permeia o sistema político e, por isso, outros temas devem guiar os votos”.

Para a auxiliar de enfermagem Elaine Mattos as pessoas estão mais pensativas quanto ao voto do que nos últimos anos.”Vejo pessoas pesquisando e conversando sobre as próximas opções,coisa que não via muito em 2014 quando muitos ficavam brigando por um lado ao invés de pensar nas propostas e nos candidatos. Depois de verem tantas coisas mudarem no país e tanta corrução vir a tona acho sim que as pessoas irão pensar sim em quem votar, espero que isso melhore o país”, concluiu ela.

A última pesquisa Data Folha feita no final de janeiro, concluiu que mesmo ameaçado de ficar fora da disputa presidencial em outubro após ser condenado em segunda instância, o ex-presidente Lula desponta como o nome preferido dos brasileiros se o 1º turno da eleição fosse hoje. Ele seria a escolha de voto de 36% dos entrevistados pela pesquisa.

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