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Saúde
01/02/2018 09:04:00

Cigarros eletrônicos também podem fazer mal à saúde


Cigarros eletrônicos também podem fazer mal à saúde
Ilustração

Segundo estudo realizado na Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, até o e-cigarro contém malefícios que podem trazer danos para a saúde humana.

A pesquisa, conduzida no departamento de medicina da universidade, encontrou evidências na nicotina desses dispositivos. Segundo o estudo, essa substância, ao ser inalada, pode ser convertida em produtos químicos que diminuem os mecanismos de reparo genético do organismo e que são capazes de causar danos às células do coração, pulmão e da bexiga.

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Para chegar a esse resultado, os cientistas do estudo estudaram um grupo de ratos que viveu, ao longo de três meses, em contato com a fumaça de cigarros eletrônicos. Esses animais foram expostos à nicotina durante três horas por dia, cinco dias por semana, em quantidades de 10 miligramas por milímetro – concentração semelhante ao que os seres humanos inalam.

Ao final dos três meses, o grupo encontrou danos nas células do coração, pulmão e bexiga das cobaias que foram expostas ao material, além de uma supressão nos mecanismos de reparos de DNA nesses animais. Já um outro grupo de ratos que aspirou apenas ar puro não teve o mesmo problema.

Posteriormente, os cientistas averiguou que células de pulmão e bexiga humanas, quando em contato com nicotina, são mais passíveis de criar tecido tumoral.

Esses resultados levaram os pesquisadores a anunciar que as mudanças encontradas no DNA dos ratos que inalaram a fumaça do cigarro eletrônico podem se assemelhar àquelas identificadas nas células dos fumantes passivos (pessoas que inalam a fumaça do tabaco por consequência).

Ainda assim, os autores do estudo revelam a importância de estudar mais o assunto e trazer dados mais concretos. Por isso, eles já estão realizando experiências de longo prazo com camundongos para averiguar qual a possibilidade das cobaias desenvolverem tumores. “Os resultados podem levar anos para aparecer”, comentou um dos porta-vozes da pesquisa.

Contraponto
A pesquisa está dividindo opiniões na comunidade científica. Se por um lado diversos pesquisadores aprovaram o estudo, outros disseram que os resultados observados em ratos cobaias são (e serão) irrelevantes em seres humanos.

“Esse estudo não diz nada sobre os riscos de se consumir um e-cigarro. Não indica que esse dispositivo causa câncer”, disse Peter Hajek, diretor da Unidade de Pesquisa sobre Dependência de Tabaco da Universidade de Queen Mary, em Londres. “A maior estimativa que existe é que usar um cigarro virtual oferece, na pior das hipóteses, 5% dos riscos de fumar”, acrescentou.

O cigarro convencional, por sua vez, contém milhares de químicos, entre os quais pelo menos 70 deles são conhecidos por causar câncer. Já a fumaça do cigarro virtual é composta por menos substâncias tóxicas, sendo que maior parte dela possui apenas nicotina, a substância que vicia os usuários de tabaco.

“Há evidências que comprovam que cigarros eletrônicos trazem menos malefícios se comparados aos cigarros normais”, explica Jasmine Just, do Instituto de Câncer do Reino Unido. “Pesquisas como essa (da Universidade de Nova York) são importantes, mas esse estudo só avaliou os efeitos da fumaça do e-cigarro em células de ratos, o que significa que não é possível concluir que esse será o mesmo efeito em seres humanos."

Revista Galileu

 



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