PM suspeito de atirar na esposa em apartamento será indiciado por feminicídio

O delegado Robervaldo Davino, do 6º Distrito Policial (DP), confirmou que o militar suspeito de atirar na própria esposa, que veio a óbito dias depois, no Hospital Geral do Estado (HGE), será indiciado pelo crime de feminicídio. Além disso, uma cópia do inquérito será remetida à Delegacia de Crimes contra a Criança e o Adolescente, levando em conta supostas agressões cometidas contra a filha. 

Por telefone, o delegado disse à reportagem que várias pessoas já foram ouvidas e o pedido de prisão preventiva contra o cabo PM Ivan Augusto foi protocolado ontem à tarde, aguardando, assim, decisão judicial de decretação da prisão. O pedido foi relacionado à tentativa de feminicídio, uma vez que a vítima - Expedita da Silva, 37 anos, - ainda estava internada. Segundo Davino, a morte "agrava ainda mais o caso". 

"Todos os depoimentos e provas levam a crer que o militar cometeu o crime contra a esposa. Ele mesmo confessou ter atirado na companheira. Diante disso, não resta dúvida de que ele será indiciado por feminicídio. Acredito, também, que a prisão preventiva seja decretada pela Justiça", destacou o delegado. 

Robervaldo Davino acrescentou, no entanto, que os autos do inquérito serão encaminhados à Delegacia de Homicídios da Capital, competente para dar andamento às investigações e concluir o inquérito policial. "No momento, o militar está preso administrativamente. Caso ele seja preso após decisão judicial, a polícia terá dez dias para finalizar o inquérito". 

Além disso, o delegado comentou que parte do inquérito será remetida à Delegacia de Crimes contra a Criança e o Adolescente, já que a filha do PM vinha sofrendo agressões. "Tanto a esposa quanto a filha sofriam agressões por parte dele. Mais um motivo para ser punido". 

ENTENDA O CASO

Suspeito de matar a própria esposa no apartamento onde mora, no bairro São Jorge, parte alta de Maceió, o cabo apresentou-se no Quartel Geral da Polícia Militar, na segunda (22), três dias após o crime. 

A vítima, Expedita da Silva, de 37 anos, foi socorrida por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhada ao Hospital Geral do Estado, onde passou por procedimento cirúrgico e seguiu internada, em estado grave, até ontem, quando veio a óbito.

A informação foi confirmada pela assessoria de comunicação da PM/AL, que abriu inquérito para investigar a conduta do militar, o qual, por sua vez, deve seguir recolhido até decisão superior.

Na sexta (19), após um desentendimento, o policial, segundo testemunhas, efetuou sete disparos de arma de fogo contra a mulher, fugindo em um veículo Ônix de cor preta. Ela foi atingida nos braços, pernas e costas. 

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