BBC Brasil - O Estado do Colorado, no centro-oeste dos
Estados Unidos, se transformou nesta quarta-feira no primeiro no país a
permitir a venda de maconha para fins recreativos.
Segundo um levantamento do jornal The Denver Post, de Denver (a capital do Estado), cerca
de 30 lojas em todo o Colorado devem começar a vender a droga nesta
quarta-feira (outras já possuem a autorização, mas não devem começar ainda),
que já foi apelidada de "Quarta-Feira Verde".
Em novembro de 2012, Colorado, juntamente com o Estado de Washington (na
costa oeste), aprovou a legalização do uso e posse de maconha para pessoas
acima de 21 anos.
Washington deve iniciar a venda ainda neste ano.
Os dois Estados estão entre os 20 que já haviam aprovado a venda da maconha
para fins medicinais, apesar de a droga ainda ser considerada ilegal pelas leis
federais.
Comemoração e seguranças
Donos das lojas que venderão a droga no Estado aumentaram os estoques,
prepararam comemorações e contrataram mais seguranças para abrir as portas e
começar as vendas nesta quarta-feira.
Um gerente de uma loja do Estado afirmou que não sabe o que esperar com
esta liberação.
"Pode ser uma loucura. Ou pode ser muito sossegado. Quem sabe?
Ninguem fez isso antes", disse Robin Hackett, da loja BotanaCare, em
Denver.
Segundo a nova lei, a maconha será vendida como bebida alcoólica. Os moradores das cidades do Estado poderão comprar até cerca de 30 gramas e as pessoas que moram fora do Colorado poderão comprar um pouco mais de 7 gramas.
A maconha só poderá ser fumada em ambientes privados e com a
permissão dos proprietários.
A venda da droga está sujeita a impostos, da mesma forma que as bebidas
alcoólicas, e as autoridades estaduais afirmam que esperam arrecadar milhões de
dólares.
Segundo The Denver Post, os primeiros US$ 40 milhões
arrecadados com os impostos da venda da maconha serão destinados à construção
de escolas.
Lojas
No total 136, lojas do Estado receberam as licenças para vender maconha, e
maioria delas foram solicitadas por estabelecimentos em Denver. Algumas
comunidades no interior do Estado não aceitaram a concessão de licenças para
lojas locais.
Os partidários da legalização da maconha elogiaram a aprovação da lei no
Colorado.
Rachel Gillette, da sede estadual da Organização Nacional dos EUA para a
Reforma das Leis da Maconha, afirmou que o Estado "descobriu uma
estratégia para sair da fracassada guerra contra as drogas e espero que outros
Estados sigam pelo nosso caminho".
Mas os críticos da lei afirmam que ela envia a mensagem errada para os
jovens e temem que a liberação da venda da droga cause problemas de saúde e
sociais.
"Ainda será necessário existir um mercado negro para atender às pessoas que não podem comprar no mercado legalizado, especialmente os garotos. É quase o pior de dois mundos", disse Kevin Sabe, da organização Abordagens Inteligentes da Maconha.