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Violência
02/01/2018 09:18:18

Brasil inicia 2018 com nove mortos em rebelião e revive assassinatos no sistema prisional


Brasil inicia 2018 com nove mortos em rebelião e revive assassinatos no sistema prisional
Penitenciária ficou agitada durante a rebelião

EFE - O Brasil reviveu ontem um capítulo obscuro dentro de seus presídios, depois que ao menos nove pessoas foram assassinadas e outras 14 ficaram feridas em um enfrentamento dentro de um presídio em Goiás, após um ano do massacre dentro da penitenciária de Manaus.

O ano começou com violência no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, colônia agroindustrial de Goiás, onde uma rebelião entre presos de grupos rivais voltou a colocar em evidência a crise do sistema carcerário brasileiro.

De acordo com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP), um grupo de presos em regime semiaberto invadiu um pavilhão, em que estavam rivais, e colocaram fogo em várias instalações.

Alguns presos morreram carbonizados e pelo menos uma pessoa foi decapitada, segundo relataram alguns agentes penitenciários à imprensa local.

Mais de 30 detentos fugiram durante o confronto, que começou às 14:00 (17:00 GMT) e foi controlado duas horas depois pelas autoridades da prisão, que fará um relatório detalhado sobre o massacre amanhã.

"Não foi um ato de fuga, não era exatamente uma rebelião, mas uma ação de um pavilhão contra o outro. A rebelião é geralmente é para reivindicar alguma coisa", disse Edson Costa Araújo, superintendente do Ministério da Segurança Pública de Goiás, em declarações ao jornal O Estado de São Paulo.

Os familiares dos presos se reuniram em frente ao presídio em busca de novas informações e rezaram por seus parentes, enquanto as imagens do massacre chegavam pelos celulares.

As mortes do presídio Aparecida de Goiânia acontecem justamente um ano depois de um enfrentamento entre importantes facções rivais dentro de um presídio em Manaus, onde 56 presos morreram e muitos foram decapitados ou esquartejados.

Os assassinatos se repetiram ao longo do mês de janeiro do ano passado em outros estados brasileiros, como Roraima e Rio Grande do Norte, totalizando mais de 130 mortes.

Além da falta de controle do Estado, as organizações internacionais de direitos humanos denunciaram repetidamente que o sistema prisional brasileiro é um dos "piores" e "mais desumanos do mundo", com superlotação, condições pouco saudáveis ??em algumas prisões e até mesmo maus tratos e tortura.

Em seu relatório anual, a Human Rights Watch (HRW) denunciou que a crise no sistema penitenciário brasileiro é "uma tragédia anunciada" e que a situação de muitas prisões se remonta à Idade Média.

De acordo com os últimos dados do Ministério da Justiça, a população carcerária no Brasil atingiu 726.712 pessoas, o que representa um aumento de 104.000 desde 2014, o terceiro maior em números absolutos no mundo, apenas atrás dos Estados Unidos e da China.

Atualmente, o número de detidos no sistema prisional brasileiro representa o dobro da capacidade de todas as prisões do país, que chega a 368.049 lugares, de modo que a superlotação é comum em cada uma das prisões, de acordo com um relatório divulgado em dezembro pelo Ministério da Justiça.

 

 

 



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