EBC - A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirmou que a recuperação da economia mundial no ano que vem será "mais forte e melhor distribuída", para voltar aos níveis médios que precederam à crise financeira de 2007 e 2008. A informação é da Agência EFE.
"Em
2017, pela primeira vez em muito tempo, revisamos em alta as nossas previsões
de crescimento no mundo. A recuperação será mais forte, melhor
distribuída", disse Lagarde em entrevista publicada hoje (31) pela revista
francesa Le Journal du Dimanche.
Esta
robustez do crescimento, segundo sua opinião, "é propícia para prosseguir
as reformas estruturais, quando já foram empreendidas, ou para decidir-se a
lançá-las".
A
taxa de crescimento mundial de 3,6% prevista pelo FMI para o ano que começa
amanhã (2º) significa, segundo Lagarde, "voltar aos níveis médios das duas
décadas que precederam à grande crise financeira de 2007 e 2008".
Lagarde
acredita que a zona do Euro está "fortemente consolidada" em
comparação a uma década atrás e a moeda "vai bem", embora tenha
defendido que a união monetária – "uma criação magistral única que
constitui uma alternativa à China e aos Estados Unidos" – se traduza em
outros projetos sociais e de cooperação fora da Europa.
Por
outro lado, julgou que os EUA alcançaram seu potencial de crescimento, em torno
de 2%, mas que somente poderiam superá-lo com uma maior produtividade, algo que
é "difícil" no atual ambiente de robotização e de novas tecnologias.
Ao
mesmo tempo, reiterou os pedidos do FMI às autoridades chinesas para que
controlem a expansão do crédito a empresas "que nem sempre são sólidas, ao
ponto de alguns as qualificarem como 'zumbis'".
Lagarde
considerou como "o grande paradoxo de 2017" o fato de que a China
tenha se convertido na defensora da globalização, que se explica porque "a
natureza fica horrorizada com o vazio" deixado pelo presidente dos Estados
Unidos, Donald Trump, nesse campo.
A
respeito da África, previu que pode ser tanto "o continente do futuro como
o dos dramas", e muito disso dependerá do controle da demografia e das
políticas de desenvolvimento.
"O
desenvolvimento econômico em relação ao crescimento demográfico é uma corrida
contra o relógio que se perderá se não se controla a demografia, o que acontece
em primeiro lugar pela educação das mulheres e por uma tomada de consciência
geral nesses países", ressaltou.