Ascom MPE-Al - O Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL) e as Polícias Civil e Militar cumpriram, na manhã desta quinta-feira (28), oito mandados de prisão e busca e apreensão contra pessoas acusadas de integrar um grupo de extermínio no município de União dos Palmares. Dentre os presos estão dois policiais militares. Um deles foi detido em Branquinha, dentro da companhia militar em que trabalha.
As
investigações no Ministério Público, que contaram com o apoio do
procurador-geral de justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, começaram no
segundo semestre deste ano, após o Grupo Estadual de Combate às Organizações
Criminosas (Gecoc) receber informações a partir de inquérito instaurado pela
Polícia Civil sobre a atuação de um bando que estaria matando em troca de
recompensa financeira. Após a apuração, descobriu-se que os acusados são uma
ramificação dos antigos ‘ninjas’, apelido dado a um grupo que, no passado,
adotava a prática de delitos semelhantes.
Os
mandados foram cumpridos em Maceió, União dos Palmares e numa cidade do
interior de Pernambuco. O homem preso em Maceió, Francisco Eduardo da Silva, é
apontado como um dos chefes da quadrilha e tinha seis endereços. Era uma
estratégia para despistar os investigadores. Ele foi detido no Sítio São Jorge.
Foram
presos também Wellington Monteiro da Silva Gomes, Carlos Eduardo Soares,
Joelison da Silva Oliveira, Márcio Rogério da Silva Lima, Cícero Vasconcelos de
Lima Júnior e Fernando Gomes de Lima Filho. Este último já foi, inclusive,
processado por ser integrante do grupo de extermínio conhecido como
"Ninjas".
Quase
todas as prisões cumpridas são preventivas, apenas uma é temporária, de cinco
dias, podendo ser prorrogada por igual período. “Sabe-se que o grupo criminoso
é de alta periculosidade, havendo fortes indícios do envolvimento das pessoas
em crimes de pistolagem na cidade de União dos Palmares e regiões
circunvizinhas, sendo imperiosa a necessidade do cerceamento das liberdades dos
envolvidos”, alegaram os promotores de justiça Paulo Barbosa de Almeida Filho,
da 3ª Promotoria de Justiça de União dos Palmares; Antônio Luiz dos Santos
Filho, Hamilton Carneiro Júnior, Luiz Tenório Oliveira de Almeida, Carlos Davi
Lopes Correia Lima, Elísio da Silva Maia Júnior e Eloá de Carvalho Melo, todos
do Gecoc; e os delegados Carlos Alberto Rocha Fernandes Reis e Valter do
Nascimento Rocha, na representação encaminhada ao Poder Judiciário que pedia a
prisão dos suspeitos.
Inquérito investiga a morte de Alysson
Cavalcante
Uma
das mortes em investigação é de José Alyson da Silva Cavalcante, assassinado na
noite do dia 22 de outubro de 2016, na Rua Demócrito Gracindo, no Centro de
União dos Palmares. O inquérito policial em andamento, comandando pelo delegado
Valter do Nascimento Rocha, já apurou até agora que a vítima teria sido morta
por causa de uma discussão com o ex-namorado de sua companheira à época, Bruna
Bezerra do Nascimento.
No
dia do crime, Alyson estaria indo para uma festa de aniversário quando foi
emboscado por uma dupla numa motocicleta. O homem que estava no banco do carona
efetuou os disparos e os tiros atingiram o pescoço da vítima, que morreu antes
mesmo de receber os primeiros socorros. Com o desenrolar das investigações, foi
descoberto que o crime teve o envolvimento de Carlos Eduardo Soares, o
‘Dudinha’, que trabalha como mototaxista, e o policial militar Fernando Gomes
de Lima Filho, apelidado de ‘Fernandinho’.
Ainda
segundo o que foi apurado, os dois teriam sido contratados por um homem chamado
‘Márcio Rogério’, que já havia se desentendido com Alyson por causa de uma
ex-namorada, que passou a ser companheira da vítima.
Crime do educador físico Luan Douglas
O
professor de educação física Luan Douglas dos Santos Porto foi assassinado no
dia 18 de abril deste ano, na porta da casa onde morava, em União dos Palmares.
Ele tinha acabado de entrar em sua residência quando foi chamado para o lado de
fora. Ao chegar na calçada, foi atingido pelos disparos. Sua morte também é
atribuída ao mesmo grupo.
As
investigações, coordenadas pela comissão de delegados Carlos Reis, Fabrício
Lima e Fábio Costa, apontaram que a vítima fora assassinada porque teria se
envolvido com a ex-namorada do policial militar Cícero Vasconcelos de Lima
Júnior, conhecido como ‘cabo Júnior’. O PM chegou a procurar um homem cujo
apelido é ‘Thor’ e propôs a ele a recompensa de R$ 4 mil para matar o educador
físico. Diante da recusa, o PM procurou outro pistoleiro para executar o crime,
fato ocorrido alguns dias depois.
Todos
os presos serão ouvidos pelo Gecoc e Polícia Civil ainda nesta quinta-feira. Em
seguida, eles serão encaminhados ao sistema penitenciário.
ESCRITO POR JANAINA RIBEIRO | 28 DEZEMBRO 2017
POSTADO EM NOTÍCIAS EM
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