A Polícia Civil de Alagoas divulgou, na tarde desta
terça-feira (26), durante entrevista coletiva, que o ex-prefeito de Palestina,
Júnior Alcântara, mandou matar o caseiro José Zenóbio Feitosa para justificar o
assalto que resultou no desaparecimento de documentos que comprovariam fraudes
praticadas durante a gestão dele à frente da prefeitura do Sertão alagoano.
Além disso, a PC afirma que o crime também serviria para incriminar a atual
gestão.
A polícia aponta que Júnior é o autor intelectual do crime,
ao lado do vereador Luciano Lucena, que também foi preso. O caseiro foi
sequestrado e morto no mês de maio deste ano, mas só agora os responsáveis
foram presos por ordem da Justiça.
De acordo com a Polícia Civil, logo após a morte do caseiro,
Júnior Alcântara entrou em contato com autoridades pedindo que o crime não
ficasse impune, prendendo os responsáveis. O prefeito chegou a ser ouvido em
depoimento, mas a polícia não conseguiu informações pelo fato de o crime não
ter tido testemunhas. "Houve uma grande dificuldade para chegar aos
autores do crime". A vítima trabalhou por 15 anos para o ex-prefeito da
cidade de Palestina.
De acordo com o coordenador da Divisão Especial de Investigação
e Captura (Deic), delegado Mário Jorge, a vítima estava trabalhando na chácara
de propriedade do ex-prefeito, quando um carro com alguns homens armados chegou
ao local informando que iriam buscar uma documentação. Mario Jorge relatou que
dias antes do sequestro, houve uma reunião entre o ex-prefeito e
correligionários. Júnior Alcântara relatou que na casa onde a vítima trabalhava
havia uma documentação que comprovaria atos ilícitos da sua gestão.
Diante disso, o ex-prefeito criou o assalto como "caminho
para justificar às autoridades que o desaparecimento dos documentos da sua
gestão teriam sido levados por criminosos, prejudicando, assim, uma eventual
investigação sobre improbidade administrativa".
Logo após raptar o caseiro, os suspeitos fugiram. Sem
testemunhas, a polícia fez uso do serviço de inteligência e de ordem judiciais
para chegar aos responsáveis. Os telefones dos acusados foram analisados,
inclusive, com interceptações telefônicas. A polícia disse que foi uma surpresa
quando se depararam com o ex-prefeito sendo o autor intelectual do crime.
Além de Júnior, foram presos Daniel da Silva Carvalho, José
Edison Pinheiro da Silva, Thiago Correia de Brito, e Luciano Lucena de Farias.
A polícia revelou que o depoimento dos acusados foram contraditórios e todos
eles negaram a participação do crime. Contudo, a Deic assegura que há
informações que apontam a participação de todos no sequestro e, posterior,
morte. Gazeetaweb