Yahoo Notícias - Procuradores do Ministério Público Federal que atuam na Operação
Lava Jato no Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba anunciaram nesta
segunda-feira, na capital fluminense, que 2018 será um ano crucial para o
combate à corrupção no Brasil.
O ano de "2018 é a batalha final da Lava Jato porque as
eleições determinarão o futuro da luta contra a corrupção do nosso país".
Os próximos "deputados federais e senadores determinarão se existirão ou
não retrocessos na luta contra a corrupção e se existirão reformas e avanços
que possam nos trazer um país mais justo com índices efetivamente menores de
corrupção e de impunidade", declarou o procurador Daltan Dallagnol,
coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná.
Daltan Dallagnol fez questão de destacar que nenhum dos
investigadores tem pretensões eleitorais.
Em uma carta em que pedem o apoio da sociedade ao combate à
corrupção, os procuradores lembram o recente incidente envolvendo a Assembleia
Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), que libertou os deputados estaduais
Jorge Picciani, Paulo Mello e Edson Albertassi, todos do PMDB, contrariando uma
decisão judicial.
A decisão da Alerj ocorreu um dia após decisão do Tribunal
Regional Federal (TRF) de decretar a prisão dos três políticos por envolvimento
em crimes investigados pela Operação Cadeia Velha.
"Isto é um alerta do que está por vir se nada mudar",
declarou Dallagnol.
O documento cita ainda os ataques de políticos para defender a
impunidade de corruptos e pede que a população vote em "candidatos que
apoiem efetivamente a agenda anticorrupção".
Os procuradores alertam ainda para a pressão política contra a
redução do foro privilegiado e a delação premiada, qualificada como "um
dos mais importantes instrumentos de investigação" pelo procurador José
Augusto Vagos.