Distante dos 308 votos
necessários para aprovar a reforma da Previdência, o governo avalia se cederá
ou não às exigências que o PSDB faz para votar pela proposta.
O presidente da Câmara, Rodrigo
Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira (28) ser impossível aprovar as novas
regras sem o apoio dos 46 deputados tucanos.
O PSDB propôs que o valor do
benefício por incapacidade permanente continue integral e quer o acúmulo de
pensão e aposentadoria até o teto do INSS, de R$ 5.531.
O partido pleiteia ainda manter
a integralidade e da paridade para servidores públicos, desde que o trabalhador
pague um pedágio sobre a idade que falta para se aposentar pelas regras atuais.
"Vamos avaliar se esses
três pontos inviabilizam a aprovação. Sem os votos do PSDB, óbvio, é quase
impossível chegar a 308 votos, se não impossível", disse Maia.
Ao mesmo tempo, o presidente
tucano licenciado, o senador Aécio Neves (MG), defendeu que a sigla feche
questão a favor da reforma.
"Fiz a campanha de 2014
falando da absoluta urgência dessas reformas. O PSDB deve resgatar seu papel de
líder na agenda das reformas."
Quando um partido decide fechar
questão, os integrantes que não seguirem a orientação podem sofrer sanções e
até serem expulsos.
+ Temer e Alckmin discutirão saída do PSDB do governo no sábado
Aécio disse ter levado o assunto
para a reunião da bancada tucana no Senado. Segundo ele, a maioria se
manifestou favoravelmente.
Diante do tumultuado calendário
de 2018, com eleições, Rodrigo Maia defendeu que a reforma seja votada neste
ano, mas não estabeleceu data-limite para votação.
Um parlamentar que faz a ponte
entre o Palácio do Planalto e o Congresso disse que o governo contabiliza entre
230 e 240 votos. A projeção mais otimista é de 275 votos.
Como se trata de uma PEC
(Proposta de Emenda à Constituição), são necessários 308 votos para aprovar o texto.
ESTRATÉGIA
Aliados do Planalto querem
adotar a mesma estratégia usada no impeachment de Dilma Rousseff para verificar
as chances da reforma.
Parlamentares formaram um time
de 16 deputados para que cada um fale com uma média de 20 colegas para verificar
a intenção de voto e o que incomoda os votantes.
Para um defensor da ideia, é
preciso conversar com cada parlamentar porque os líderes, principalmente do
centrão, não estão repassando a perspectiva real da bancada. Com informações da
Folhapress.