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01/10/2008 00:00:00

Polícia


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A Polícia Federal de Alagoas realizou na tarde desta terça-feira, dia 30, uma entrevista coletiva para apresentar o desfecho da ‘Operação Taturana’, desencadeada em dezembro de 2007. A coletiva aconteceu no auditório da sede e contou com as presenças do delegado Janderlyer Gomes, do superintendente da PF José Pinto de Luna, do superintendente substituto Nilton Ribeiro, além dos peritos Valter Leal e Francisco Lopes.

 

“Aqui não vamos falar de política, vamos falar de ladrões, de quadrilheiros”, desabafou o superintendente da Polícia Federal, José Pinto de Luna, no início da coletiva. “Eu gostaria, mais uma vez, de enfatizar a eficiência do trabalho da Polícia Federal. Se nós dizemos que, aqui na Assembléia Legislativa de Alagoas, estava instalada uma quadrilha, é porque é verdade, pois o trabalho da Polícia Federal é sério. Essas pessoas roubaram e roubaram com descaramento”, disse.

 

José Pinto de Luna confessou ficar chateado por ainda haver questionamentos por parte da população em torno da veracidade da ‘Operação Taturana’. “Tem pessoas que me perguntam na rua se isso tudo é verdade, ou seja, se fosse mentira só faltava em nós um nariz de palhaço”, desabafou o superintendente.

 

A ‘Operação Taturana’ vem seguindo com investigações desde maio de 2005, só que o inquérito só veio a se intensificar em 2007. Ainda segundo José Pinto de Luna, o fato deste inquérito ter demorado tanto demonstra o quanto havia de corrupção. “O inquérito demorou o que tinha de demorar, pois pessoas que estavam passando desapercebidas na investigação, com o tempo, foram sendo descobertas, como é o caso do deputado João Beltrão”, lembrou.

 

Segundo o delegado Janderlyer Gomes, é incomum um inquérito ter tantos acusados. “O fim da ‘Operação Taturana’ é o início de uma batalha que será enfrentada pelo Ministério Público. O que nós fizemos foi reunir provas para serem confrontadas. Daí é que vão ser descobertos os criminosos”, disse Janderlyer.

 

O delegado também ressaltou a eficiência do trabalho de todo o corpo da Polícia Federal. “Que fique bem claro que isso aqui não depende apenas de um policial ou de um delegado, mas sim da Polícia Federal inteira”, afirmou.

 

Janderlyer Gomes também disse que, com a remessa - cópia completa, inclusive com as interceptações telefônicas do inquérito - que será entregue ao Ministério Público para que possam ser executadas ação cautelar contra os deputados, e a partir daí a Polícia Federal encerra suas atividades na investigação. “Em tese, o Poder Legislativo deve investigar também os poderes Executivo e Judiciário, mas o que houve aqui em Alagoas foi que a Polícia Federal teve que investigar o Poder Legislativo, e isso foi péssimo para a sociedade, para a política e para a economia do Estado”, finalizou Janderlyer.

 

Números da Operação Taturana

 

A Operação Taturana teve início em 2 de maio de 2005 e foi finalizada hoje, 30 de setembro de 2008. Foram produzidos 233 laudos. Contabilizou-se um desvio de aproximadamente R$ 300 milhões da Assembléia Legislativa de Alagoas.

 

Segundo o delegado Janderlyer Gomes, ao todo, são mais de 87 mil páginas de investigação com um relatório final de 1200 páginas, e 110 pessoas indiciadas, entre estas 15 deputados, um conselheiro do Tribunal de Contas, 11 ex-deputados, 2 prefeitos, 3 secretários municipais, 5 candidatos ao pleito de 2008, 6 bancários, 30 funcionários da Assembléia Legislativa de Alagoas e 10 familiares de políticos.

 

com melhornoticia // rivison barbosa colaborador



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