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28/09/2008 00:00:00

União dos Palmares


União dos Palmares

Antonio Aragão

 

 

Na semana que antecede a eleição de 2008, a comunidade de União dos Palmares retoma a época da escravidão, e notadamente as crianças, os enfermos e os idosos estão submetidos a uma campanha política sem precedentes na história do município, patrocinada pelos candidatos que mandam os carros de som, bicicletas, motos e carros particulares poluírem o ambiente a qualquer hora do dia ou da noite. Desta feita, o crime contra o sossego público tem um revestimento diferente: são evidencias as sátira s deseducada e desenfreada contra até pessoas que já morreram, (citando-se o caso do ex-prefeito José Pedrosa, morto no exercício do mandado e que não pode se defender), de antecedentes de famílias de candidatos e da própria chatice que os “vilões” fazem chegar ao interior das residências, repartições, escolas, hospitais, gabinetes médicos, não se respeitando sequer os lares enlutados durante os velórios. O mais importante é expor sua mensagem em som estridente a qualquer hora do dia ou da noite.

 

O mais interessante é que os órgãos repressores fazem “vista grossa” do assunto, assomado a falta de compromisso dos candidatos com a decência que a todo custo querem seus nomes em evidencia, o que tem irritado a comunidade que por sua vez começa a procurar os órgãos de comunicação para esta passagem triste que fere os princípios da ética e da moral da família palmarina nunca vista outrora.

 

Pensam as coordenadorias da campanha e alguns candidatos este descumprimento da Lei graças ao sentimento da impunidade é fundamental na cata de votos: o tiro está saindo pela culatra, e as pessoas com senso de respeito, educação e civilidade já estão abominando a prática, com o consentimento inclusive de pessoas com formação universitária e que recorrem a este meio repugnante de promoção. O mais interessante, como diz o jornalista Maikel Marques de Arapiraca, é que nenhuma mensagem de plano de governo é exposta ao eleitorado, apenas gozações como se o povo estivesse na platéia de um circo onde o principal protagonista fosse um palhaço engraçado.

 

Para finalizar, esquecem os patrocinadores da baderna pública que o estado e a nação vivem um clima de intensa violência, e que suas mensagens agressivas de forma mutua sugerem que seus prováveis governos sejam de perseguição aos que se opuserem ao seu caminho com destino ao poder. Quando esta cultura será mudada, ou quando o poder público será acionado? O povo, antes da eleição está ávido por respostas. Vejam a transcrição de um e-mail recebido por este noticioso:

 

 

E-mail enviado por um participante:

E-mail:centertintasal@ig.com.br
assunto:Poluição Sonora
comentário:Bom dia,queria lembrar que a nossa cidade não tem controle de som propaganda, o volume é topado,ninguém consegue nem atender o tele fome comercial com tanto barulho.obg!

 

 

 

 

Assim pensa o jornalista Maikel Marques, em cuja cidade, Arapiraca, ocorre fatos semelhantes:

 

CANÇÕES INÚTEIS; DRIBLE NO ELEITOR
ALAGOAS É ISSO: MUITA CANTORIA... E NENHUM PLANO DE GOVERNO?


Na reta final da campanha política, candidatos a prefeito e a vereador dão
verdadeiro show de besteirol recheado com músicas de duplo sentido, com
objetivo claro de atingir a honra dos adversários. O festival de ataques e
mensagens inúteis acontece à exaustão em carros de som e por meio do guia
eleitoral.

Talvez por absoluta falta de propostas ou plano de governo, os postulantes à
gerência da verba pública recorrem aos “marqueteiros” de plantão em conhecidas
esquinas para, munidos de informações privilegiadas, chamar a atenção de
questões íntimas, que tiram o sossego do político.

Quem tenta fazer a campanha na base da proposta, mas fica nervoso com as
gargalhadas do povão, geralmente precisa recorrer ao mesmo expediente: centrar
fogo no adversário com a melhor piada possível. Aí, surgem pérolas do
anedotário político que caem no gostinho popular.

Qualquer que seja a região, a piada diverte até quem é vítima da chacota. E os
ritmos vão do axé de quinta categoria até a toada, famoso ritmo sertanejo
executado em vaquejadas. Em certos currais, há candidato que figura como
macaco, burro, bode e até santo.

Atento ao festival de canções inúteis, o eleitor quase sempre dá boas risadas,
mas esquece de um pequeno, mas importante detalhe: a absoluta ausência de plano
de governo. Assim, investindo nas críticas bem-humoradas, os futuros vencedores
vão dando mais um drible no eleitorado. (Transcrição do blog MaikelMarques)



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