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25/09/2008 00:00:00

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Pelo menos quatro pessoas que trabalhavam na Estação de Tratamento de Óleo de Furado, em São Miguel dos Campos, onde ocorreu a explosão na terça-feira pela manhã, foram identificadas ontem e consideradas “desaparecidas”. São três ajudantes de obras e um operador da Petrobras. Se realmente morreram neste grave acidente, os ajudantes de obras apenas passavam pelo local da explosão.

Foram identificados na condição de desaparecidos os ajudantes de obra: Adeildo da Silva Santos, empregado da empresa terceirizada Normatel; Adriano dos Santos e Carlos Eduardo Cabral das Chagas, ambos empregados da Norconprol e o operador da Petrobras, Miguel Ângelo Pereira Moraes.

O operador que trabalhava no momento da explosão e seria o responsável pelo vazamento do gás teria fugido, mas não teve o nome revelado. Segundo uma fonte da Petrobras, o operário teria fugido logo depois da tragédia.

Adeildo Silva teria sido identificado ontem pela manhã por familiares, no Instituto Médico Legal (IML) Estácio de Lima. A identificação teria sido feita através da arcada dentária. “Meu irmão saiu para trabalhar e até agora [ontem pela manhã] não deu notícias, não atende às chamadas no celular”, comentou José Adeilton da Silva, irmão de Adeildo Silva.

IML quer relação de desaparecidos

No mesmo dia da explosão da tubulação de gás natural da Petrobras, no município de São Miguel dos Campos, no qual quatro pessoas morreram, o diretor do Instituto Médico Legal (IML) Estácio de Lima, Kléber Santana, informou à Petrobras algumas das informações que podem ajudar na identificação dos restos mortais. Segundo ele, o exame de DNA será o último recurso utilizado.

Uma das vítimas, o petroleiro Miguel Ângelo Pereira Moisés é do município de Palmeira dos Índios. A informação que chegou ao IML é de que os outros três são de subsidiárias. Conforme o diretor, o primeiro passo é receber uma lista da empresa dos funcionários que poderiam estar no local. O segundo passo é contato do IML com os familiares.

No contanto com a família, Kléber Santana explicou que o objetivo é conseguir colher informações relacionadas ao prontuário médico e odontológico. Ontem pela manhã, alguns objetos encontrados próximos às vítimas ainda estavam no Instituto de Criminalística (IC), mas seriam encaminhados ao IML.

Caso haja necessidade de se fazer exame de DNA, vai precisar colher sangue dos familiares, principalmente dos pais das vítimas. Kleber Santana destacou ser um trabalho lento e afirmou não ser possível dizer quanto tempo levará para a conclusão.

A diretora do IC, Rosana Coutinho, recebeu ontem pela manhã um funcionário da Petrobras que foi oferecer todo o suporte necessário, de pessoal e tecnologia, que o Instituto possa precisar para chegar à causa do acidente. Em paralelo, a Petrobras abriu sindicância para apurar o que motivou o acidente.

Conforme Rosana, os corpos de duas das vítimas ficaram esqueletizados. O funcionário - que é da unidade de Sergipe - levou um macacão de trabalho para ajudar a equipe do IC. Segundo ele, os treinamentos em caso de acidente são rotineiros e ocorrem a cada 15 dias.

Próximo às vítimas foram encontrados resto de fardamento, fivela de cinto e até celular. O IC esteve na terça-feira no local, mas em decorrência do rescaldo e do risco de explosão não conseguiu realizar o trabalho. A temperatura chegou a 1.500º C. A perícia deverá acontecer hoje pela manhã. Os funcionários trabalhavam na manutenção da tubulação de gás da Estação de Tratamento de Óleo de Furado, em São Miguel dos Campos, quando aconteceu o acidente.

Laudo em 15 dias

O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella, informou ontem que a empresa instaurou comissão de investigação para apurar as causas do incêndio ocorrido ontem, na terça-feira pela manhã, na Estação de Tratamento de Óleo de Furado, em São Miguel dos Campos. A comissão terá a participação do Sindicato dos Petroleiros (Sindpetro), como já havia sido reivindicado pelo sindicato, e será presidida pelo engenheiro Mauro Mendes, da Unidade da Bacia de Santos.

Em entrevista coletiva ontem à tarde, nas instalações da companhia em Pilar, o diretor Guilherme Estrela informou que a comissão tem prazo de 15 dias para conclusão dos trabalhos.

Ele destacou que os familiares das vítimas estão sendo amparados por uma equipe de assistentes sociais da Petrobras e das empresas prestadoras de serviço. Foram quatro as vítimas fatais no incêndio, sendo três empregados terceirizados e um empregado próprio.

Quanto aos nomes das vítimas, ele preferiu não divulgá-los oficialmente. “Já sabemos quem são as vítimas, mas somente quando os corpos forem identificados poderemos informar os nomes. Esse é um procedimento de praxe da empresa”, explicou

O acidente ocorreu durante uma intervenção em uma linha de gás, na qual houve um vazamento seguido de incêndio. O fogo foi controlado com ajuda da brigada da Petrobras e apoio do Corpo de Bombeiros do município.

O abastecimento de gás da região não foi afetado, pois está sendo compensado por outras fontes da empresa.

Participaram da coletiva o diretor de exploração e produção da Petrobrás, Guilherme Estrella, o gerente de segurança em meio ambiente e saúde Laurindo de Farias; gerente geral da unidade da Petrobras Sergipe e Alagoas, Eugênio Dezen; o gerente executivo de segurança em meio ambiente e saúde do corporativo, Ricardo Azevedo, e o gerente executivo de exploração e produção para o Norte e Nordeste, Cristóvão Penteado.

Fonte: Fabiana Silva e Láyra Santa Rosa/O Jornal



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