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23/09/2008 00:00:00

Saúde


Saúde

Segundo o último relatório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Brasil registrou 32,8 mil casos de intoxicação em 2006. Trata-se de um aumento de 30% em relação ao ano anterior. A situação é tão grave que, segundo a Vigilância Sanitária de Goiás, os medicamentos estão em primeiro lugar na lista de casos de intoxicação por produtos.


“Eu acho que o maior fator do uso incorreto é o difícil acesso ao médico e ao tempo hoje da nossa sociedade. Se você amanhece com uma disposição com uma dor, você vai à farmácia comprar remédio e trabalhar. Você não tem tempo de agendar uma consulta, você não tem tempo de ir ao médico”, disse a presidente do Conselho Regional de Farmácia, Nara Luísa de Oliveira. 

Segundo o Conselho Federal de Farmácia, existem no Brasil três estabelecimentos para cada dez mil habitantes. Mas, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), seria necessário apenas um. Isso sem falar que muitos brasileiros passam nas drogarias apenas para abastecer a própria farmácia que eles têm em casa. “Eu tenho uma farmácia em casa. Quem não tem? A minha farmácia é bem recheada”, comenta a dona-de-casa Elza César.

O subgerente Valdeci Borges dos Santos se considera um consumidor compulsivo de remédios e com um agravante: ele trabalha em uma farmácia e passa o dia todo cercado por remédios. “Nessa época seca, eu tenho um grande hábito de realmente estar aplicando. Tem uma vitamina C que eu tomo diariamente”, diz o subgerente. 

Tomar remédio foi um hábito na vida da atendente Elizane Teixeira durante anos. “Antes eu tomava para dores simples, como uma dor de cabeça ou uma garganta inflamada”, disse.

Até que um dia veio a intoxicação. “Tudo aconteceu, por causa do anticoncepcional. Eu comecei com ele e começou a dar vômito. Até aí, eu não sabia que era ele. Quando eu percebi, suspendi o medicamento”, lembra a atendente.


Os médicos alertam: o consumo descontrolado de remédios pode causar alergias, vômito, alteração na pressão arterial, manchas no corpo e até a morte. Há ainda um outro problema: a hipocondria, provocada pelo medo exagerado de se ter uma doença grave.

“O paciente, às vezes, chega com saquinho de remédio, porque está usando tanto o remédio que a gente não sabe nem a origem. Ele não aceita você pegar os exames que não deram nada e falar que ele não tem nada”, conta a médica Mariângela Pedroso. 

com G1



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