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15/09/2008 00:00:00

Especiais


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Com a proximidade das eleições municipais, seguindo a ‘tradição’, a disputa começa a ficar mais acirrada, o que eleva a preocupação das autoridades responsáveis por garantir a lisura do pleito no dia 5 de outubro.

Em Alagoas, não faltam casos de regiões em que a briga pelo cargo de vereador ou prefeito não tenha culminado com ameaças a juízes e promotores eleitorais, que contabilizam 250 impugnações de registros de candidatura, por diversos motivos.

Para o juiz Rodolfo Osório Gatto, da comarca de Pilar – que suspendeu a propaganda eleitoral por cinco dias naquele município –, a preocupação é geral, pois os candidatos partem para o tudo ou nada. “Na minha comarca não tem lado A, B ou C. Por isso suspendi a propaganda, que vinha sendo muito ofensiva”, enfatizou o magistrado, sobre a imparcialidade que garante adotar em suas decisões.

Em Pilar, um dos candidatos à Prefeitura - o deputado federal Carlos Alberto Canuto (PMDB) - chegou a forjar uma pesquisa de intenção de voto do Ibope, que, em nota, esclareceu o ‘mal entendido’. Antes, a filha do candidato foi agredida durante um comício na cidade, e as suspeitas sobre o agressor logo recaíram sobre o adversário, o atual prefeito Oziel Barros (PTB). Este, por sua vez, já teve de se explicar junto à Polícia Federal acerca de denúncias de compra de voto no município.

O juiz garante que o policiamento no município durante o período eleitoral será ostensivo. “Com a implantação de 32 câmeras, todas blindadas, em Pilar, teremos facilidade para investigar não só durante as eleições. Isto vai contribuir à segurança, no geral, da comunidade”, avaliou Rodolfo Osório.

Crime Eleitoral

Já na opinião do delegado Luis Marques, a proximidade do ‘grande dia’ aumenta a quantidade de falsas denúncias que chegam à Polícia Federal. “Nós procuramos não fazer estardalhaço com as denúncias sem fundamento que nos chegam, mas sim investigações. Não adianta a quantidade. Apuramos para posteriormente, caso necessário, realizarmos a busca e apreensão. Nosso objetivo não é alterar a intenção do voto, mas simplesmente apurar o crime”, salientou o delegado.

“Quando o dia da eleição vai se aproximando, eles [candidatos] partem para o tudo ou nada, principalmente quando sentem que não vão ganhar”, reforça o delegado, compartilhando a opinião do juiz Rodolfo Osório. “Eles fazem o cadastro com antecedência, mas geralmente só realizam o pagamento próximo à eleição, para não correrem o risco de outra pessoa passar na frente”, acrescentou.

O delegado federal também demonstra preocupação quanto ao fato de alguns candidatos andarem com seguranças armados. “Eles intimidam comunidade e adversários políticos”, conta Luis Marques, garantindo que a PF continua a investigar caso a caso. “Municípios como Estrela de Alagoas, Minador do Negrão, Pão de Açúcar e Pilar nos chamam a atenção”, finalizou.

Clima de tensão

Na opinião da procuradora regional eleitoral, Niédja Káspary - satisfeita com a atuação do Ministério Público nestas eleições -, caso o Supremo Tribunal Federal (STF) não tivesse decidido pela manutenção dos candidatos com ‘ficha suja’, que respondem a processo na Justiça, o número (250) de candidaturas impugnadas teria sido bem maior em Alagoas.

Já com relação ao clima de tensão em alguns municípios alagoanos, a procuradora minimiza. “Não tenho conhecimento de municípios que mereçam atenção nesse sentido, em que algum promotor esteja se sentindo ameaçado. Com a exceção de Passo de Camaragibe, onde a animosidade já cessou”, emendou Niedja Kaspary, afirmando ainda que o MP continua a distribuir cartilhas educativas para a população, de modo a conscientizá-la sobre como melhor votar.

Contudo, para o promotor de Palmeira dos Índios, Rogério Paranhos – que também atua em Estrela de Alagoas –, a situação, em alguns casos, é preocupante. “Em Estrela [onde um candidato a prefeito (Ângela Garrote) responde a dois crimes de homicídio], tivemos quatro assassinatos em 20 dias. Pedimos tropas federais, mas o TRE solicitou mais detalhes acerca da situação, prometendo-nos o apoio da Força Nacional”, resumiu o promotor, que, na última sexta-feira, participou de encontro na sede do Tribunal Regional Eleitoral para, com colegas promotores, fazer um balanço acerca do trabalho realizado nesta primeira etapa.

com gazetaweb // marcelo calado

 



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