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10/09/2008 00:00:00

Polícia


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Em entrevista coletiva concedida na manhã desta quarta-feira, 10, o superintendente da Polícia Federal em Alagoas, José Pinto de Luna, e o delegado Nilton Ribeiro, informaram que servidores públicos do Poder Executivo e Judiciário teriam participação na quadrilha desbaratada, no dia de ontem, que fabricava e traficava drogas em Alagoas.

Segundo o delegado, Nilton Ribeiro, as investigações apontam que policiais civis e militares, além de servidores do sistema penitenciário e do Tribunal de Justiça beneficiavam a quadrilha com informações sobre supostas investigações dos integrantes da quadrilha.

“As investigações estão avançadas e os órgãos penitenciários, comissão de ética da OAB, Secretaria de Defesa Social e Corregedoria do Tribunal de Justiça serão informados sobre o caso. Estamos fazendo os levantamentos e para não provocar injustiças não podemos divulgar nomes. Todos os suspeitos serão ouvidos”, afirmou.

A PF não confirmou o nome das pessoas presas durante a Operação Coroa, mas destacou que a investigação teve início após a prisão de Oswaldo Souza Santos, 51 anos, em março deste ano sob a acusação de ser o introdutor do crack em Maceió. “Oswaldo está preso no Baldomero Cavalcanti e continuava comandando o tráfico de dentro do presídio através de telefone celular junto com outro reeducando conhecido como Índio. As investigações tiveram início há seis meses e desde março, a PF apreendeu dois quilos de pasta base de cocaína, quatro quilos de cocaína, R$ 24.500 em dinheiro e 16 quilos de crack”, ressaltou.

A advogada Mary Anne Vieira, uma das envolvidas no esquema, foi presa na noite de terça-feira, 9, quando se apresentou na sede da Polícia Federal como advogada de alguns integrantes detidos.

“Ao chegar à sede da PF, Mary Anne foi comunicada que também havia um mandado de prisão contra ela. Após o cumprimento do mandado, tivemos a preocupação de avisar a OAB e um advogado acompanhou todo o processo. A advogada presa está sendo acusada de associação para o tráfico, violação de sigilo profissional, corrupção ativa e formação de quadrilha. Ela tem participação ativa na liderança da quadrilha trabalhava buscando informações privilegiadas”, afirmou.

Durante o cumprimento dos 10 mandados de prisão expedidos pela 17ª Vara Criminal, os agentes apreenderam mais de R$100 mil, notebooks, máquinas fotográficas, quatro veículos, três motocicletas, documentos falsos e cartões de créditos.

“Na operação encontramos ainda uma menor de 16 anos, natural de Rondônia, que estava em Maceió para ‘servir’ um dos acusados. Ela foi encaminhada ao Conselho Tutelar. Uma máquina fotográfica com várias fotos de menores também foi encontrada”, informou.

A quadrilha, que atua há cerca de 10 anos em Alagoas e Pernambuco, trazia a droga de Ponta Porá, fronteira do Brasil com Paraguai e encaminhava para uma chácara na cidade de Lagoa dos Gatos, em Pernambuco. No local, que era utilizado como refinaria de cocaína, os policiais federais apreenderam aproximadamente 29 quilos de crack. Até o momento, o acusado – que não teve o nome revelado - não foi preso.

De acordo com o superintendente da PF, José Pinto de Luna, um químico também foi preso na operação, já que era responsável pelo refinamento da droga. “Ele recebia entre R$70 mil e R$80 mil por refino. Em uma de suas anotações especificava a quantia de R$900 mil ainda para receber em Alagoas. Ele atuava como Free Lance e fazia o refino da droga quando procurado e ia para outro estado”, afirmou.

com alagoas24horas // flávia duarte e priscylla régia



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