26/04/2024 00:35:02

29/08/2008 00:00:00

Saúde


Saúde

Após 12 anos de criação, a lei federal nº 9294/96, que  proíbe o fumo em ambientes coletivos fechados, ainda causa polêmica. Dentro e fora de casa, fumantes e não-fumantes tentam adaptar seus hábitos às regras estabelecidas. O designer Renato Zago, de 35 anos, enfrenta patrulhamento de sua esposa, que nunca fumou.

“Nada de ir com cigarro para o quarto ou cozinha, só a sala foi liberada”, afirma o designer. Apesar da limitação de espaço interno, ele afirma entender a imposição da  companheira e diz que prefere ir para o quintal, onde também aproveita para brincar com o cachorro.

Nesta sexta-feira, 29 de agosto, é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Fumo, e muitos não-fumantes se engajam para tentar fazer com que as pessoas abandonem o vício. 

Além de o hábito ser prejudicial àqueles que cultivam o vício, também afeta a saúde dos fumantes passivos. Pelo menos sete brasileiros que não fumam morrem a cada dia por doenças provocadas pela exposição passiva à fumaça do tabaco. O dado é uma das constatações do estudo
"Mortalidade atribuível ao tabagismo passivo na população urbana no Brasil", realizado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) e pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ufrj).

Conflito de casal 

O comerciante Edson Ab, de 51 anos, deixou de fumar há dois anos e, com a ajuda das duas filhas, tenta convencer a esposa a abandonar o vício para levar uma vida mais saudável. “Ela já parou de fumar por um tempo, mas voltou. Agora, se ela quiser fumar, nossas filhas pedem para que seja fora de casa. Elas ficam em cima, demonstram preocupação”, diz.

A aposentada Débora Ab, de 48 anos, diz que respeita as restrições dentro do lar e em ambientes públicos. “No shopping, por exemplo, fumo ao sair do carro e não acendo o cigarro lá dentro”, afirma. Quando trabalhava, ela conta que só utilizava o fumódromo, sem desrespeitar as regras.

A família faz algumas concessões. “Quando vamos a um restaurante ficamos na área destinada aos fumantes”, diz o marido. Débora afirma que precisa de bastante força de vontade para deixar o hábito. “Sofro de depressão e tomo remédios para controlá-la. Como eles aumentam o apetite, engordei bastante e temo aumentar ainda mais meu peso se parar de fumar”, diz.

Inconveniência

O analista de sistemas Plinio Balduino, de 28 anos, acredita que a lei que restringe o cigarro em ambientes públicos fechados deveria ser aperfeiçoada e ser mais radical, para que as pessoas não pudessem fumar neste tipo de estabelecimento. “Se o local destinado aos fumantes é justo onde tem a janela, basta bater um vento que a fumaça atinge a área dos não-fumantes”, diz.

Ele também considera que em alguns barzinhos os melhores locais são destinados aos que fumam. “Todo mundo gosta, por exemplo, de ficar na calçada. Estes espaços acabam ficando para os fumantes, enquanto os demais têm que se contentar com os de dentro, que nem sempre são tão agradáveis, para fugir da fumaça”, diz.

com G1



Enquete
Na Eleição de outubro, você votaria nos candidatos da situação ou da oposição?
Total de votos: 43
Notícias Agora
Google News