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23/08/2008 00:00:00

Política


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Gazetaweb - reportagem de Bruno Soriano

O presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE-AL), desembargador Estácio Gama, garante: ‘Já temos idéia dos locais onde se compra voto no estado’. Em meio aos pedidos de impugnação de candidatos nas eleições municipais deste ano, o Tribunal dispensa esforços à garantia de segurança no pleito de outubro próximo e ao combate à compra de votos, que, segundo o desembargador, ‘está com os dias contados’.

“Temos tido um avanço muito grande no que diz respeito ao combate à compra de votos, em parceria com entidades como a OAB [Ordem dos Advogados do Brasil]’, avalia o desembargador, acrescentando que o caso do deputado estadual Antônio Hollanda Júnior (PTdoB) – que teve o mandato cassado por compra de votos – é o reflexo da atuação firme do Tribunal, no que diz respeito a esse tipo de crime.

“Neste caso, todos os vendedores e compradores já foram denunciados. É a prova de que vamos continuar apurando todas as situações, sem exceção. E mesmo que um candidato suspeito seja eleito, este poderá perder o mandato mais adiante”, afirmou o presidente do TRE.

Já com relação à segurança do pleito, Estácio Gama também demonstra certa tranqüilidade, apesar de quatro municípios alagoanos (Minador do Negrão, Jequiá da Praia, Pilar e Roteiro) já terem solicitado o auxílio de tropas federais. “Nós estamos fazendo um trabalho prévio muito bom, em parceria com os órgãos de segurança. Temos a nossa disposição, inclusive, um oficial da Polícia Militar, que nos leva ao comando, sempre que necessário, as nossas preocupações”, destacou.

O desembargador revela ainda que, no próximo dia 12 de setembro, homens do Exército realizarão um simulado do processo eleitoral no município de Atalaia. “Teremos o apoio, nas eleições, de 600 homens do Exército, como nos garantiu o coronel Anísio David [comandante do 59º Batalhão de Infantaria Motorizado]”, complementou.

Para o presidente do TRE, o pedido de reforça da segurança em alguns municípios se deve, quase sempre, à briga entre famílias pelo poder político. “Cada caso tem sido analisado especialmente. Não significa dizer que todos os pedidos serão aprovados pelo TSE [Tribunal Superior Eleitoral]”, salientou o desembargador, revelando ainda que a Polícia Militar já garantiu todo o remanejamento que se fizer necessário durante as eleições de outubro. “A simples presença da polícia já causa um certo temor àqueles que, por ventura, pensem em burlar a lei”, finalizou.

Brêda: ‘A simples promessa de compra de voto já caracteriza crime’

Já o presidente da Comissão de Combate à Corrupção Eleitoral da OAB, Paulo Brêda, também garante avanços na busca por eleições limpas. Na última sexta-feira, seis pessoas acabaram presas pela Polícia Federal, suspeitas de compra de voto. “A simples promessa de compra já caracteriza crime. Outro exemplo claro de que estamos atentos foi a prisão do candidato a prefeito de São Miguel, Gustavo Bulhões, por abuso de propaganda eleitoral”, afirmou Paulo Brêda.

Segundo o advogado, a sociedade não precisa se sentir angustiada ao se deparar com irregularidades e, por algum motivo, não ver a Justiça agir. “Não há pressa. As provas não vão se perder. Há muitas denúncias de oferta de emprego e de uso da máquina pública em prefeituras do interior. A maioria das denúncias são procedentes, mas há casos de pessoas que acham que toda reunião de candidato é crime, e isso tem atrapalhado muito a polícia. A questão é sempre procurar saber se determinado gasto está na prestação de campanha”, salientou Brêda, citando o caso do deputado e candidato a prefeito de São Miguel, George Clemente, que acabou tendo de prestar informações à Polícia Federal por ter efetuado pagamento a pessoal de campanha e, com isso, suscitado a hipótese de compra de voto.

O número para denúncias à Comissão de Combate à Corrupção Eleitoral é o 2121-3207.


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